“O nosso objetivo é trazer Putin e Zelensky ao nosso país, esperemos que num futuro não muito distante”, disse Erdogan após uma reunião do Governo turco, defendendo assim a intenção de Ancara de que russos e ucranianos aproximem posições, segundo a agência Anatólia.
A Turquia já desempenhou o papel de mediadora no acordo que permitiu voltar a exportar cereais a partir da Ucrânia, “um feito essencial para a humanidade”, nas palavras de Erdogan.
A ONU, que também participou nesse acordo, considera que foi fundamental para garantir a segurança alimentar mundial.
Na semana passada, Erdogan e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, mantiveram na Ucrânia um encontro trilateral com Zelensky, no qual debateram o acordo para exportar cereais e também as perspetivas diplomáticas para pôr fim ao conflito entre Rússia e Ucrânia, que já dura há seis meses.
Zelensky deixou claro que não haverá quaisquer negociações até que a Rússia retire as suas tropas do território ucraniano e, do lado russo, também não foi expressa qualquer intenção de entabular um diálogo de alto nível, pelo que parece afastada a curto prazo a hipótese de um encontro entre os dois Presidentes.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa — justificada por Putin com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.
Na guerra, que hoje entrou no seu 180.º dia, a ONU apresentou como confirmados 5.587 civis mortos e 7.890 feridos, sublinhando que os números reais são muito superiores e só serão conhecidos no final do conflito.
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