Bagdade reclama regularmente das barragens construídas a montante pelos seus vizinhos, alegando que reduzem o fluxo dos rios quando chegam ao Iraque.

As autoridades internacionais apresentam o Iraque como um dos cinco países mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas e da desertificação.

Hoje, o ministro iraquiano dos Recursos Hídricos, Mehdi al-Hamdani, falou, por videoconferência, com um representante especial do Presidente turco, Veysel Eroglu.

Os dois responsáveis discutiram “a quantidade de água que chega ao Iraque através dos rios Tigre e Eufrates”, cujas fontes se situam na Turquia, de acordo com um comunicado de imprensa divulgado pelo Governo iraquiano.

“O ministro al-Hamdani pediu ao lado turco que reconsidere e aumente a quantidade de água libertada, de modo a permitir que o Iraque supere a atual escassez de água”, referiu.

Citado pelo comunicado de imprensa iraquiano, o responsável turco disse estar disponível para passar essa mensagem aos serviços hídricos de Ancara, para que sejam “aumentadas as quantidades de água libertada nos próximos dias, em função das reservas disponíveis” do lado turco.

As duas partes concordaram organizar uma visita em breve de uma “delegação técnica iraquiana” autorizada a “avaliar ‘in loco’ as reservas de água das barragens turcas”

Esta questão tem alimentado as tensões entre Bagdade e Ancara. Na terça-feira, o embaixador da Turquia no Iraque, Ali Riza Güney, causou indignação ao acusar os iraquianos de administrar mal os seus recursos hídricos.

“A água é muito desperdiçada no Iraque”, disse, numa mensagem publicada na rede social Twitter, pedindo “medidas imediatas para reduzir esse desperdício” e referindo-se em particular à “modernização dos sistemas de irrigação”.

O ministro iraquiano dos Recursos Hídricos respondeu que Ancara assumiu “o direito de reduzir a cota de água do Iraque”.

Com o declínio das chuvas, o Iraque passou por três anos sucessivos de seca, em que as autoridades tiveram de reduzir para metade as áreas agrícolas cultivadas no país de 42 milhões de pessoas.

“As reservas de água caíram 60% em relação ao ano passado”, disse, na quarta-feira, um responsável do Governo iraquiano, citado pela agência de notícias INA.

Segundo os seus números, o nível de água que chegava do Tigre e do Eufrates era 35% da quantidade média que chegava ao país nos últimos 100 anos.

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