Os deputados escoceses deverão aprovar sem problemas o texto no decurso da votação de hoje, com o Partido nacional escocês (SNP) da primeira-ministra Nicola Sturgeon a garantir uma maioria com o apoio dos ecologistas.
Na terça-feira, no início da discussão da moção no hemiciclo de Edimburgo, Sturgeon disse que seria “injusto e inaceitável” que o Governo britânico rejeitasse o seu pedido de organização de um novo referendo sobre a independência.
Denunciou ainda o facto de a Escócia ser forçada a “sair da União Europeia contra a sua vontade” e reivindicou um “mandato democrático incontestável” para organizar esta consulta.
Nicola Sturgeon anunciou em 13 de março a intenção de organizar um novo referendo sobre independência no final de 2018 ou início de 2019, argumentando que a saída do Reino Unido da União Europeia (‘Brexit’) e sobretudo do mercado único se arriscam a provocar a eliminação “de dezenas de milhares de empregos” na Escócia.
Em setembro de 2014, no decurso de uma primeira consulta, 55% dos escoceses pronunciaram-se contra a independência. Mas a líder do SNP sublinha que a situação se alterou desde essa data, e que 62% dos escoceses se pronunciaram pela permanência na UE no referendo de 23 de junho de 2017, enquanto 52% dos britânicos votaram contra.
A primeira-ministra escocesa lamentou ainda que todos os “esforços de compromisso” tenham sido rejeitados, em particular o seu pedido de transferir mais poderes para o parlamento regional de Edimburgo e de permanecer no mercado único.
No entanto, a primeira-ministra conservadora Theresa May respondeu na semana passada ao considerar “não ser o bom momento” para organizar esta consulta, e quando o Reino Unido vai iniciar difíceis negociações sobre a sua saída da UE que devem prolongar-se por dois anos.
Na segunda-feira Londres anunciou que vai desencadear o processo do ‘Brexit’ na próxima quarta-feira, 29 de março.
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