O número de alunos nas escolas portuguesas, desde o pré-escolar até ao secundário, voltou a diminuir no ano passado, mantendo-se uma tendência que se regista há vários anos em resultado da redução demográfica.
Assim, no passado ano letivo, as escolas receberam cerca de 1,6 milhões de alunos, ou seja, menos 25 mil estudantes do que no ano anterior, segundo os dados da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), que revelam maior sucesso académico.
Entre 2015 e 2018, as taxas de alunos do ensino básico que passaram de ano subiram de 92,1% para 94,9% e, entre os estudantes do secundário, houve um aumento de 83,4% para 86,1%.
O relatório “Estatísticas da Educação 2017/18” revela uma evolução positiva de Portugal que se “aproxima dos países da Europa com quem nos queremos comparar”, sublinhou o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, em declarações à Lusa.
Durante aqueles quatro anos, as taxas de conclusão de ciclo também progrediram de forma continuada, de 89,3% para 93,5% no básico e de 70,1% para 75,5% no secundário.
A melhoria dos resultados académicos também se registou nos anos em que habitualmente há mais chumbos: a taxa de retenção entre os alunos do 2.º, 7.º e 10.º anos reduziu mais de 10% no ano passado quando comparado com o ano anterior, segundo dados do Ministério da Educação.
“Muitos destes alunos que agora fazem parte desta nova estatística positiva são alunos que vêm de meios socioeconomicamente desfavoráveis", sublinhou o ministro, defendendo que este é o resultado de um “conjunto de estratégias”, criadas a pensar nestes anos letivos em concreto, mas também focado em todos os jovens que habitualmente têm mais problemas.
Entre as medidas, Tiago Brandão Rodrigues lembrou o Programa Nacional de Promoção de Sucesso Escolar, o Apoio Tutorial Específico para alunos que já chumbaram, ou a redução do número de alunos por turma.
“A nova geração de políticas públicas tem tido atenção às famílias e alunos socialmente mais fragilizadas”, garantiu o ministro, lembrando o reforço da Ação Social e Escolar, a Autonomia e Flexibilidade Curricular ou a Educação Inclusiva.
Os dados hoje conhecidos são também o resultado do trabalho de professores e funcionários não docentes assim como do empenho das famílias e dos próprios alunos, salientou.
“Esta redução do lastro histórico de um insucesso escolar massivo, que sabemos que é socialmente seletivo e muito associado à reprodução de ciclos de pobreza, tem de ser um desígnio nacional e este aumento das taxas de conclusão são algo muito importante para a sociedade portuguesa”, defendeu.
É que, apesar das melhorias hoje conhecidas, a tutela reconhece que ainda há um caminho a percorrer, uma vez que existe ainda um número “expressivo” de alunos sem aproveitamento escolar.
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