Cerca de uma dúzia de soldados usavam, esta manhã, cortadores para ajudar a tirar o fio que ficou emaranhado em arbustos e outras plantas ao longo da fronteira, antes de carregar os rolos num camião.

As autoridades adiantaram, no entanto, que pode levar até cinco meses a retirar toda a cerca, que soma quase 200 quilómetros numa combinação de arame farpado e painéis de metal.

A decisão de retirar a cerca foi tomada pelo novo Governo liberal da Eslovénia, que assumiu o cargo após uma eleição em abril.

Segundo as autoridades do país, a fronteira continuará a ser vigiada através de outros meios, já que é preciso evitar acidentes e ferimentos quando os migrantes tentam entrar na Europa ocidental.

Muitos migrantes do Médio Oriente, África ou Ásia chegam à Eslovénia vindos da Croácia, pela chamada rota dos Balcãs, enfrentando perigos, como viagens no mar ou rios, traficantes de pessoas e noites ao relento, durante travessias que chegam a durar largos meses ou mesmo anos.

A decisão do Governo esloveno de remover a cerca enfrentou críticas dos partidos de direita, que se opõem firmemente à migração, sobretudo porque aquele da União Europeia registou um aumento das entradas de migrantes no primeiro semestre de 2022, relativamente ao ano passado.

No entanto, a ministra do Interior, Tatjana Bobnar, lembrou que a cerca na fronteira era uma medida temporária e que “é inadmissível que se torne um elemento permanente da política de fronteiras da Eslovénia”.

Segundo a agência de notícias oficial STA, o exército vai remover primeiro 51 quilómetros de arame farpado, enquanto os 143 quilómetros restantes serão retirados por um empreiteiro ainda não selecionado.