“Não vamos modificar a nossa colaboração com a UNRWA, é uma organização indispensável”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha, José Manuel Albares, durante uma audição no parlamento, em Madrid.
O ministro disse que a Agência das Nações Unidas de Apoio aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA, na sigla em inglês) vive uma situação “desesperada e há um risco grave de as suas atividades humanitárias” na Faixa de Gaza “paralisarem dentro de poucas semanas”.
Albares referia-se à suspensão de fundos para esta agência por parte da maioria dos grandes países doadores por causa de suspeitas de envolvimento de funcionários da UNRWA nos ataques do grupo islamita palestiniano Hamas, que controla Gaza, contra Israel, em outubro de 2023.
Em resposta aos ataques do Hamas, Israel tem levado a cabo uma operação militar na Faixa de Gaza, onde já morreram mais de 27 mil pessoas, segundo dados das autoridades do enclave palestiniano.
O ministro espanhol sublinhou hoje que a UNRWA tem 30 mil trabalhadores e apenas uma dezena foi acusada de colaboração com o Hamas.
A agência apoia quase seis milhões de refugiados palestinianos em Gaza, Cisjordânia, Jordânia, Síria e Líbano e todos seriam atingidos pela paralisação da agência da ONU por falta de fundos, acrescentou José Manuel Albares.
Os Governos que decidiram suspender o financiamento da UNRWA são os da Alemanha, Austrália, Áustria, Canadá, Estados Unidos, Estónia, Finlândia, Islândia, Itália, Japão, Letónia, Lituânia, Nova Zelândia, Países Baixos, Reino Unido, Roménia, Suécia e Suíça.
Portugal, como Espanha, anunciou na semana passada uma contribuição adicional de um milhão de euros.
Segundo o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, os fundos suspensos para a UNRWA superam já os 400 milhões de euros, um valor equivalente aos que a agência estimava receber durante todo o ano de 2024.
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