As notícias divulgadas ao longo do dia sobre a fuga e captura de dois - ou um - dos presos que ontem fugiram da prisão de Caxias parecem um verdadeiro filme policial cheio de volte-faces. De manhã começou por ser noticiado que um dos presos em fuga tinha sido detido em Madrid. Tratava-se de um dos dois chilenos em fuga.
Ao fim da manhã, as informações já eram no sentido de terem sido dois presos capturados, ambos chilenos, notícia essa corroborada pela agência Lusa citando fonte da polícia espanhola.
Esta tarde, o jornal Público avançou com a notícia de que as autoridades espanholas teriam libertado um dos detidos por falta do mandado de detenção europeu (MDE), informação que foi de seguida corroborada pelo Expresso.
A agência Lusa enviou entretanto uma notícia que cita uma fonte ligada ao processo em que esta explica que o outro chileno só não foi também libertado pelas autoridades espanholas, porque, depois de identificado, as autoridades verificaram que era procurado em Espanha por crimes cometidos neste país.
A mesma fonte admitiu que terá havido um "atraso" no envio do MDE, pois caso contrário teriam os dois chilenos ficado imediatamente detidos ao abrigo do MDE.
A fonte não soube explicar porque razão um dos chilenos, apesar de apresentar um passaporte falso, acabou por ser libertado por falta de espaço no centro de detenção local.
Quantos detidos foram apanhados em Madrid afinal?
A informação enviada, posteriormente, pela agência Lusa às redações refere que os ministérios da Administração Interna e da Justiça confirmaram a detenção em Madrid de um dos três reclusos evadidos do estabelecimento prisional de Caxias, informação que não coincide com a da polícia nacional espanhola segundo a qual são dois os presos capturados.
“A Administração Interna e a Justiça confirmam a detenção, nas últimas horas, de um dos três evadidos do estabelecimento prisional de Caxias, na madrugada de domingo”, refere um comunicado conjunto dos dois ministérios. Segundo o comunicado, o detido, de nacionalidade chilena, “encontra-se sob custódia das autoridades espanholas”.
“Assim que foi identificada a fuga dos três reclusos, as autoridades portuguesas trocaram a informação necessária não só entre si, mas também no âmbito dos mecanismos de cooperação policial internacional, tendo ainda sido desenvolvidas ações, que continuam em curso, no âmbito da cooperação judicial internacional”, adianta o comunicado dos dois ministérios.
Os ministérios da Administração Interna e da Justiça referem ainda que, “mal foi conhecida a fuga, as forças e serviços de segurança iniciaram ações e operações com vista à recaptura dos evadidos”.
Fuga durante a madrugada
Ontem três detidos fugiram no início da madrugada do estabelecimento prisional de Caxias. A fuga ocorreu por volta da 01:00 da madrugada de domingo e os evadidos foram identificados como sendo dois cidadãos chilenos e um português presos preventivamente por furto e roubo. Os dois cidadãos chilenos são arguidos no mesmo processo.
Sobre o preso português que também fugiu da prisão de Caxias ainda não foram adiantadas informações.
A fuga gerou uma troca de acusações entre a Associação Sindical de Chefias do Corpo da Guarda Prisional que considerou que a evasão tinha sido fruto da “dramática falta de guardas prisionais” e a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais emitiu um comunicado a esclarecer esclarecer que "a Torre 7 e que a Torre 4, que ficam do lado e na proximidade do local por onde se verificou a evasão, se encontravam ativas, portanto com os elementos de vigilância no seu local de trabalho”.
[Notícia atualizada às 19h51]
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