Apesar da sinalética, há quem continue a ignorar a proibição e se passeie calmamente pela arriba, conforme confirmaram hoje vários responsáveis políticos que visitaram a zona, liderados pela ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho.
Os monitores que apetrecham o Veículo de Comandos e Comunicações da Proteção Civil de Cascais, estacionado ao cimo da Praia de São Pedro do Estoril, vão recebendo imagens de um drone que permite observar de perto a erosão costeira da zona.
A Câmara de Cascais decidiu avançar com a contenção das arribas, nomeadamente a da Bafureira, apesar de esta ação ser da responsabilidade da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
Em declarações à Lusa, Nuno Piteira Lopes, vice-presidente da autarquia, justificou a decisão: “É uma zona que está interdita já há bastante tempo, mas, de forma muito recorrente, […] as pessoas ainda continuam a insistir em estar nesses locais e, para nós, o ambiente e a segurança são prioridades máximas.”
Nesse sentido, a autarquia decidiu “avançar de imediato”, mal acabe a época balnear, para a “consolidação e reparação” da arriba da Bafureira.
As zonas de perigo “estão muito bem sinalizadas, mas mesmo assim, há pessoas que se aproximam”, lamentou a ministra, em declarações aos jornalistas, na Praia de São Pedro do Estoril.
Concordando com a “intervenção urgente” na arriba da Bafureira, Maria da Graça Carvalho lembrou que os trabalhos demoram e, enquanto tal, as pessoas não devem estar em zonas de risco.
“Em relação à qualidade da água, as pessoas cumprem bastante, mas, nesta questão das arribas, ainda há pessoas que arriscam e não devem arriscar”, comparou.
A autarquia de Cascais vai fazer um primeiro investimento de 950 mil euros, que precede uma segunda intervenção, mais alargada e conduzida pela APA, ao longo de todo o litoral, entre a Parede e São Pedro do Estoril (num total de cerca de 3,5 milhões de euros).
A visita de hoje da ministra do Ambiente começou com uma deslocação à ribeira de Sassoeiros, uma das maiores do concelho de Cascais.
Agora seca, muda de cara no inverno, lembrou António Carmona Rodrigues, atualmente presidente da Águas de Portugal, que guiou a ministra pelo projeto de renaturalização da ribeira de Sassoeiros que ele próprio projetou.
“Esta ribeira já foi testada em alturas de inundações e correu bem”, disse.
A intervenção na ribeira dos Sassoeiros integra o programa de renaturalização de cursos de água, que passa pela construção de bacias de retenção (para evitar cheias no inverno), pela regularização das margens e pela limpeza do leito das ribeiras.
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