Mário Centeno assumiu estas posições no encerramento do debate sobre o estado da Nação, na Assembleia da República, ocasião que aproveitou para atacar quem não acreditou na capacidade do atual Governo e para defender que houve um aumento do investimento social, designadamente em setores como a saúde e educação, ao mesmo tempo que se verificou um aumento global de salários, descida de impostos e mais emprego.

O ministro das Finanças começou a irritar as bancadas do PSD e do CDS quando lamentou a existência de um setor que acredita sempre que o país "nunca chega lá", pedindo, em contrapartida, uma atitude de exigência com interpretação do "esforço coletivo que tem vindo a ser feito".

"Quem nos quer levar a desistir são os mesmos que não acreditavam que aqui chegávamos. Em democracia há sempre alternativas, mas as alternativas têm de ser claras e credíveis. Não entremos em leilões de promessas eleitorais. Isso foi a política do passado, a política das paragens bruscas", declarou, num discurso que foi aplaudido de pé pelos deputados do PS.

Os protestos contra o discurso de Mário Centeno começaram quando se referiu "aos novos velhos que não são do Restelo, mas, antes, que da Lapa [PSD] e do Caldas (CDS] desceram a São Bento".

"Apelaram meses a fio pelo mafarrico e à impossibilidade aritmética. Hoje, já todos sabemos como estavam errados, mas erraram porque não acreditaram na capacidade transformadora dos portugueses, na capacidade daqueles a quem disseram emigrem", afirmou, antes de iniciar uma série de citações de poemas de Manuel Alegre.

Segundo Mário Centeno, esses portugueses críticos deste executivo "nunca saíram de Portugal e nunca acreditaram no trabalho incansável daqueles que, para eles, apenas viviam acima das suas possibilidades".

"Como escreveu Alegre, eu que fiz tudo e nunca tive nada. Obrigado Manuel Alegre. Hoje lembramos, por ser passado, o teu Lusíada Exilado, para que Portugal não volte a sair do lugar que lhe pertence no mundo e para que os portugueses não tenham de voltar a sair do lugar que lhes pertence no mundo: Esse lugar é Portugal", disse, ouvindo gritos de alguns deputados do PSD e do CDS-PP.

Para o encerramento do último debate sobre o estado da nação da presente legislatura, o titular da pasta da Finanças levou uma série de indicadores sobre aumento da despesa em serviços públicos. Serviços de setores do Estado em que existem protestos por parte dos utentes.

Depois de defender que Portugal está a fazer "o maior investimento do século na ferrovia, o maior dos últimos 20 anos em barcos de transporte e o maior investimento em instalações hospitalares em muitos anos", Mário Centeno sustentou que, ao mesmo tempo, foi "diminuído o esforço fiscal das famílias", sem que existam "impostos escondidos para o futuro".

O ministro das Finanças advogou ainda que as famílias receberam a mais "19 mil milhões de euros em salários, tendo crescido 16% na presente legislatura".

"Este Governo é o Governo do PS", acentuou, numa intervenção em que nuca se referiu ao Bloco de Esquerda ou ao PCP.

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