Eduardo Cabrita fez um balanço dos primeiros dias do estado de emergência, onde salientou uma "adesão generalizada dos portugueses" e uma "significativa tranquilidade na compreensão no respeito por regras de isolamento e distanciamento social".

Mas nem tudo é positivo. O ministro da Administração Interna destacou, porém, a prática de comportamentos "absolutamente inaceitáveis", como a concentração de elevado número de pessoas em atividades lúdicas, e revelou que foram detidas, até esta terça-feira, 27 pessoas por desobediência ao estado de emergência e violação do dever de isolamento e encerrados 274 estabelecimentos por incumprimento de suspensão de atividade.

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, prestou declarações no final da segunda reunião da Estrutura de Monitorização do Estado de Emergência.

Na reunião estiveram presentes representantes das Forças e Serviços de Segurança e Secretários de Estado das áreas governativas da Economia, dos Negócios Estrangeiros, da Presidência do Conselho de Ministros, da Defesa Nacional, da Administração Pública, da Saúde, do Ambiente, das Infraestruturas e Habitação e da Agricultura.

“A realização de atividades físicas, de caminhadas, que são incentivadas, devem ser feitas na área de residência. Isto é, não se justifica, de modo algum, a deslocação em viatura automóvel para áreas de prática de passeio, sobretudo quando tal decorrer em áreas em que facilmente se verifica a concentração de um número elevado de pessoas”, advertiu Eduardo Cabrita.

O governante sublinhou que o “risco de contágio pela covid-19 é igual em todas as áreas do país", e, por isso, o perigo de “ter um ajuntamento à porta de um estabelecimento de uma grande cidade ou em torno de um pequeno café de aldeia é exatamente o mesmo”.

Eduardo Cabrita reforçou também que “as regras sobre encerramento de atividade e sobre limitação da atividade (de restauração) ao fornecimento de comida para fora, take-away ou ao domicílio, é absoluta”.

O responsável pela pasta da Administração Interna salientou ainda que o controlo fronteiriço que está a ser feito pelas autoridades portuguesas e espanholas foi destacado pela União Europeia “como exemplo de uma reposição de controlo de fronteiras que tem permitido uma grande fluidez no funcionamento dos circuitos económicos que assentam no transporte de mercadorias”.

O ministro referiu ainda que a Estrutura de Monitorização do estado de emergência vai voltar a reunir-se presencialmente durante a tarde de sexta-feira.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia de covid-19, já infetou mais de 386 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 17.000.

De acordo com o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, em Portugal, há 33 mortes e 2.362 infeções confirmadas.

Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais.

A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, onde a epidemia surgiu no final de dezembro, conta com um total de 81.054 casos, tendo sido registados 3.261 mortes.

Os países mais afetados a seguir à Itália e à China são a Espanha, com 1.720 mortos em 28.572 infeções, o Irão, com 1.685 mortes num total de 22.638 casos, a França, com 674 mortes (16.018 casos), e os Estados Unidos, com 390 mortes (31.057 casos).