Na terça-feira, os advogados do Governo disseram ao juiz federal Dana Sabraw que 1.012 pais já reencontraram os seus filhos e que as autoridades esperam reunir, no total, mais de 1.600 famílias antes do fim do prazo, que termina esta quinta-feira.
No entanto, pelo menos 917 casos não são "elegíveis" para a reunião familiar, ou ainda não se sabe se estão nessa categoria, indicou um relatório do Governo divulgado na segunda-feira. Destes, 463 pais podem estar fora do país, alguns provavelmente terão sido deportados sem os filhos.
Os casos das pessoas que “podem não estar nos Estados Unidos não serão reunidos antes do prazo", disse Adam Isacson, do Washington Office on Latin America, à agência France-Presse. "Caberá ao juiz Sabraw decidir se aprova isso ou não", completou.
O Governo considera "inelegíveis" reuniões familiares cujos vínculos não tenham sido confirmados ou se os pais tiverem antecedentes criminais, sofrerem de doença contagiosa ou não forem localizados.
A política de "tolerância zero" do presidente norte-americano Donald Trump provocou a detenção em massa dos imigrantes que entraram no país pela fronteira sul, ilegalmente ou a pedir asilo. A medida levou à separação de pais e filhos, a maioria no período de abril e junho deste ano.
As crianças foram enviadas para abrigos do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS, na sigla em inglês) espalhados por todo o país, enquanto os adultos foram para centros de detenção muitas vezes a milhares de quilómetros de distância dos filhos.
Esta prática provocou uma onda de condenações nacionais e internacionais. Trump recuou a 20 de junho, quando ordenou o fim da separação familiar.
"Estamos a trabalhar de braços dados com o HHS e certamente temos a intenção de reunir todas as famílias que pudermos", disse a secretária do Departamento de Segurança Interna, Kirstjen Nielsen, em entrevista ao canal Fox News, na terça-feira.
Isacson advertiu que localizar estes pais no México ou na América Central será um trabalho difícil.
[Por Leila Macor/AFP]
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