Segundo vários meios de comunicação locais, além deste registo de detidos e de polícias feridos, alguns dos quais com gravidade, um total de 47 veículos policiais foram danificados pelos manifestantes, que lançaram garrafas de água, caixotes do lixo e outros objetos sob os carros, incendiando alguns deles.
Das 345 detenções, pelo menos 100 ocorreram em Flatbush, no sul de Brooklyn, onde a polícia usou gás pimenta para tentar controlar os manifestantes que começaram a atirar objetos às forças de segurança.
Além de queimarem vários veículos, os protestantes fizeram ‘graffiti’ nos carros com inscrições contra a polícia e saltaram em cima dos mesmos, partindo os para-brisas e furando pneus.
Embora milhares de pessoas tenham saído à rua pacificamente em Harlem, ao meio-dia de sábado, por volta das 23:00 pelo menos 1.5000 pessoas enfrentavam as forças de segurança em vários pontos da cidade, como Union Square, Columbus Circle e na zona sul de Manhattan, ou nas áreas do pavilhão Barclays Center e em Flatbush, ambas em Brooklyn.
A polícia foi fortemente criticada pela sua atuação no sábado, depois de terem sido publicadas imagens nas redes sociais de dois veículos atropelando um grupo de manifestantes.
No vídeo, pode ver-se como um grupo de cerca de 30 pessoas bloqueia o caminho de um carro da polícia com cercas, lançando garrafas, sacos de lixo e outros objetos. Depois da chegada do apoio de outro carro da polícia, a viatura avançou sobre uma dúzia de pessoas e o segundo veículo fez o mesmo, com um pouco menos de força.
Segundo a agência Efe, neste momento não há informação fiável sobre feridos, enquanto o presidente de Câmara, Bill de Blasio, numa conferência de imprensa de urgência durante a noite de sábado, justificou a ação policial com uma “situação excecional” e “muito tensa” em que os agentes foram cercados “com violência” pelos manifestantes.
“Os agentes tiveram de sair dessa situação, estavam cercados”, argumentou.
Por sua vez, o comissário da polícia de Nova Iorque, Dermot Shea, disse estar “extremamente orgulhoso” da maneira como os polícias se comportaram durante “os perigos consistentes, faltas de respeito e atos degradantes” que têm enfrentado em 2020, em comunicado divulgado nas redes sociais.
“O que vimos ontem [sábado] à noite em Nova Iorque e na noite anterior não tinha nada a ver com protestos pacíficos. Não tinha nada a ver com desobediência civil. Não tinha nada a ver com a manifestação contra a brutalidade policial”, atirou Shea.
“A destruição voluntária de propriedades nunca será uma expressão legítima de fúria contra injustiças. Isso, por si só, é uma injustiça. E nenhuma tentativa de justificar isso na televisão, nos editoriais de jornais ou nas redes sociais vai mudar isso”, concluiu.
Enquanto isso, Jumaane Williams, advogado público da cidade de Nova Iorque, considerou a resposta de Bill de Blasio “terrível” e sublinhou que os polícias devem ser responsabilizados pelas suas ações e que é necessário transparência.
Na origem dos protestos está a morte do afro-americano George Floyd, de 46 anos, às mãos da polícia, na passada segunda-feira, depois de ter sido detido sob suspeita de ter tentado usar uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) num supermercado de Minneapolis, no estado de Minnesota.
Nos vídeos feitos por transeuntes e difundidos ‘online’, um dos quatro agentes, que participaram na detenção, tem um joelho sobre o pescoço de Floyd, durante mais de oito minutos.
Os quatro foram já despedidos da força policial e um deles, o que prendeu George Floyd, foi acusado de homicídio involuntário.
No sábado à noite, registaram-se confrontos entre manifestantes e polícias que abalaram as principais cidades dos Estados Unidos, colocadas sob recolher obrigatório, na sequência da morte do afro-americano George Floyd.
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