María Oropeza, coordenadora do comando de campanha de Machado no estado de Portuguesa, exibiu na sua conta no Instagram o momento em que funcionários da Direção de Contrainteligência Militar (DGCIM) bateram e forçaram a porta para entrar em sua casa.
"Estão a entrar em minha casa de maneira arbitrária, não há nenhum mandado de busca. Estão a destruir a porta, eu peço ajuda, peço auxílio a todos os que puderem. Eu não sou uma criminosa, sou apenas mais uma cidadã que quer um país diferente", disse Oropeza antes do corte da transmissão.
A colaboradora tinha criticado horas antes a chamada "Operação Tun Tun" da DGCIM, que disponibilizou uma linha telefónica para denunciar casos de "ódio" físico ou virtual, parte das medidas adotadas contra as mobilizações organizadas após as eleições presidenciais de 28 de julho, que a oposição denuncia como fraudulentas.
Como parte da campanha, a DGCIM solicita dados da pessoa que denuncia, data, localização, "provas físicas ou digitais que demonstrem a agressão ou ameaça" e o número do telefone ou perfil social, segundo uma publicação do diretor da polícia científica, Douglas Rico.
"Esta 'Operação Tun Tun' carece de qualquer argumento jurídico, ou seja, o que realmente estamos a enfrentar é uma caça às bruxas (...) contra todos os cidadãos que se expressaram na votação de 28 de julho", disse Oropeza num vídeo divulgado antes nas suas redes sociais.
O Conselho Nacional Eleitoral proclamou a reeleição de Maduro para um terceiro mandato de seis anos com 52% dos votos, contra 43% do candidato da oposição Edmundo González Urrutia, representante de Machado devido a uma inabilitação política da líder opositora.
Ambos denunciaram fraude eleitoral e afirmam ter em sua posse cópias das atas que comprovam a vitória da oposição.
Os protestos deixaram mais de 2.200 detidos, segundo Maduro, e 24 mortos, segundo ONGs de defesa dos direitos humanos.
Mais de 100 ativistas da oposição foram detidos durante o período eleitoral na Venezuela e a própria Machado anunciou que está na clandestinidade por temer pela sua vida. González Urrutia não aparece publicamente há uma semana.
O Ministério Público anunciou uma investigação criminal contra os líderes da oposição e seis colaboradores de Machado permanecem refugiados na embaixada da Argentina.
Machado criticou a detenção de Oropeza e exigiu a sua libertação numa mensagem nas redes sociais.
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