Punggye-ri, utilizada desde 2006, é uma área montanhosa no nordeste da Coreia do Norte. A investigação, feita por cientistas da Universidade de Ciências e Tecnologia da China, conclui que teve lugar um colapso parcial da montanha que contém os túneis utilizados para testes, a Monte Mantap. Este colapso torna o local inutilizável e, segundo os investigadores, há risco de fugas de radiação.

O estudo, escrito por Tian Dongdong, Yao Jiawen e Wen Lianxing, considera que foi o sexto e maior teste da Coreia do Norte, realizado no dia 3 de setembro de 2017, que acabou por tornar a rede de túneis por baixo do Monte Mantap instável.

A explosão causou um tremor inicial de magnitude 6,3, desencadeando mais quatro terramotos nas semanas seguintes, afetando a montanha de Monte Mantap. O estudo concluiu que oito minutos e meio após o teste, houve um “colapso quase vertical no local em direção ao centro de testes nucleares”.

Em setembro do ano passado, a bomba de hidrogénio, desenvolvida para ser instalada num míssil balístico intercontinental, foi anunciada como um “sucesso absoluto” pela pivô da televisão estatal norte-coreana KCTV, horas depois de Seul e Tóquio terem detetado uma invulgar atividade sísmica na Coreia do Norte.

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Como escreve o The Guardian, estima-se que a bomba tivesse mais de 100 quilotoneladas do explosivo Trinitrotolueno (TNT), o que faz com que este teste seja 10 vezes mais forte do que tudo aquilo que a Coreia do Norte ensaiou até à data — a título de exemplo, a bomba lançada em Hiroshima em 1935 tinha cerca de 15 quilotoneladas de TNT.

Já no mês passado, um estudo publicado pelo jornal Geophysical Research Letters indicava que o tremor que aconteceu depois da explosão do dia 3 de setembro poderia ser a “destruição rápida de uma chaminé de rocha, gerada pela explosão e devido ao colapso da cavidade”.

Os avanços dos investigadores da Universidade de Ciências e Tecnologia da China são divulgados menos de uma semana depois de a Coreia do Norte anunciar que iria parar com os testes nucleares e lançamentos de mísseis balísticos intercontinentais a partir do dia 21 de abril.

A decisão da Coreia do Norte foi tomada numa reunião do Comité Central do partido no poder, que acordou discutir “um novo período” de políticas no país. Segundo a agência sul-coreana Yonhap, o país assegurou que o foco da política nacional se iria concentrar na melhoria da economia.

O anúncio aconteceu, por sua vez, dias antes de o líder norte-coreano Kim Jong-un se encontrar com o presidente sul-coreano, Moon Jae-in numa localidade fronteiriça para uma rara cimeira entre os dois países, que tem por objetivo resolver a disputa nuclear com Pyongyang. O encontro esta marcado para esta sexta-feira.

Após o encontro de sexta-feira, Kim vai reunir-se com o presidente americano, Donald Trump, em local e data ainda não definidos.

Após cerca de dois anos de uma escalada da tensão, devido à realização de testes nucleares e balísticos por parte do regime de Pyongyang, a comunidade internacional está a assistir a um período de apaziguamento entre os dois vizinhos.