“O estudo destaca o desempenho de Portugal relativamente ao Investimento Direto Estrangeiro (IDE) em termos de investimento e de perceção, posicionando-o entre os melhores da Europa, à frente de países como a Espanha, a França e a Alemanha”, refere a Ernst & Young (EY) Portugal nas conclusões do “EY’s Atractiveness Survey - Portugal”, que analisou a confiança de 203 investidores relativamente à atratividade e competitividade de Portugal como destino de investimento.
A consultora destaca que, em 2017, o investimento estrangeiro em Portugal “registou um novo recorde”, com os 95 projetos de investimento ‘greenfield’ (feito de raiz) realizados a representarem um aumento de 61% face aos 59 projetos do ano anterior, “o maior crescimento verificado ao longo dos anos em análise”.
Segundo destaca, estes 95 projetos de investimento levaram à criação de 7.657 empregos, com o segmento da indústria a liderar com 48% do número de projetos e 41% do total de empregos criados, e a área de Investigação & Desenvolvimento (I&D) a surgir como “a segunda atividade mais importante em termos de criação de emprego”, responsável por 18 novos projetos que geraram 1.420 novos postos de trabalho.
Numa nota enviada à agência Lusa, o ministro da Economia refere que “os dados recolhidos pela EY mostram que a perceção dos investidores internacionais sobre o país voltou a melhorar" e que "Portugal é hoje visto como um destino muito atrativo e competitivo", refletindo-se esta "melhoria de imagem" quer "num crescente interesse e numa maior atração para colocar Portugal na 'shortlist'”, quer "num aumento muito substancial do número dos projetos e de criação de empregos".
Apontando Portugal como o “terceiro [destino de investimento] mais pacífico do mundo”, o relatório da EY nota que “o aumento exponencial do número de investimentos corrobora a confiança na evolução dos níveis de atratividade do país para o investimento”.
Entre os investidores inquiridos, 65% revelaram ainda otimismo relativamente ao futuro de Portugal (face aos 62% de 2017) e 31% afirmou ter planos de investimento no país para os próximos três anos.
Segundo as conclusões do trabalho, a estabilidade social em Portugal é, para 86% dos inquiridos, “o principal fator de atratividade do país”, seguida do potencial de aumento da produtividade e dos custos laborais, com 78% e 77%, respetivamente.
Quando questionados relativamente aos aspetos que requerem melhorias, os inquiridos referenciaram três fatores fundamentais: a carga fiscal, uma melhoria dos incentivos regionais e suporte específico.
O estudo analisou ainda a distribuição do investimento estrangeiro pelas sete regiões do país, tendo em conta métricas como o produto interno bruto (PIB), a população empregadora e o valor investido, surgindo Lisboa “novamente como a região mais atrativa”, seguida pelo Norte, Centro, Algarve, Madeira, Alentejo e Açores.
Em linha com a tendência observada em 2017, o estudo volta a refletir “uma dualidade na perceção sobre o país”: comparando os investidores estabelecidos com os não estabelecidos, os primeiros demonstram “uma visão muito mais positiva dos fatores de atratividade de Portugal”, enquanto no que se refere à competitividade regional entre Lisboa/região Norte (Porto) face às restantes regiões, as primeiras são “claramente percecionadas como o motor da competitividade do país”.
Para a ‘partner’ de ‘Transaction Advisory Services’ da EY e líder do segmento ‘Government and Public Sector’, “Portugal é hoje um lugar privilegiado em termos de atratividade para investimento estrangeiro, com os investidores a revelarem sinais de aumento da confiança em virtude do clima de estabilidade nacional e competitividade do país”.
“O desempenho de Portugal permite que o país esteja hoje entre os melhores da Europa” e seja “cada vez mais uma primeira escolha para o investidor estrangeiro”, sustenta Florbela Lima, para quem os resultados do estudo “refletem claramente os esforços que têm sido feitos nos últimos anos no sentido de atrair mais IDE e indicam as áreas de maior fragilidade em que é necessário tanto os órgãos legislativos e autoridades competentes, como as associações empresariais e as próprias empresas, apostarem”.
Desenvolvido pela EY desde 2005, o “EY’s Atractiveness Survey – Portugal” conclui assim registar-se este ano “uma concretização do incremento global da atratividade empresarial de Portugal, pelo recorde de número de projetos de investimento realizados em 2017 e pelos postos de trabalho criados”.
Refere ainda “uma melhoria geral da perceção dos investidores refletido no elevado otimismo relativamente ao futuro do panorama económico nacional, com um aumento de competitividade nos principais fatores e indicadores”.
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