“Um grande número de personalidades do regime usam atualmente a Europa como uma espécie de estância turística”, disse Elliott Abrams numa conferência organizada em Bruxelas pelo German Marshall Fund, uma organização de estudo e debate de temas políticos.
“Enviam para a Europa as suas famílias, as mulheres, as amantes, os filhos. As suas contas bancárias estão aqui. Temos informação sobre as casas que compram e as discotecas que os seus filhos adolescentes frequentam. Isso não devia ser tolerado”, disse.
Para o representante norte-americano, as reticências da UE em reforçar as sanções ao regime venezuelano “não ajudam”.
A UE congelou os bens e proibiu a entrada em território europeu de 18 ministros e altos responsáveis venezuelanos, mas quaisquer sanções europeias têm de ser aprovadas por unanimidade dos 28 Estados-membros e vários deles opõem-se a novas sanções contra o regime venezuelano.
Abrams considerou que a recusa da UE em aplicar novas sanções quando estavam em curso conversações entre o regime de Maduro e a oposição foram “um erro de cálculo”.
“Pensamos que a reticência da UE não foi de grande utilidade para o processo de negociação. Só a pressão pode convencer Maduro a negociar seriamente”, disse.
Nicolas Maduro suspendeu a 07 de agosto as negociações com a oposição que decorriam desde maio em Barbados, mediadas pela Noruega, em protesto contra novas sanções dos EUA.
Elliott Abrams lamentou por outro lado as críticas à política dos Estados Unidos feitas pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha, Josep Borrell, que a partir de novembro sucede no cargo a Federica Mogherini, Alta Representante da Política Externa da UE.
Em maio, Josep Borrell acusou a administração norte-americana de se comportar como um “cowboy” em relação à Venezuela, ao repetir ameaças de uma intervenção militar no país.
“Rejeitamos absolutamente a expressão ‘diplomacia de cowboy’ e consideramo-la lamentável”, disse o representante.
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