As autoridades de saúde norte-americanas, que trabalham com o governo para tentar travar a pandemia de covid-19, acreditam cada vez que a população vulnerável vai precisar de receber doses de reforço da vacina para se manter imune contra a doença provocada pelo novo coroanvírus.
As investigações sobre o período em que a vacina é eficiente ainda não terminaram, mas estes oficiais dizem que é provável que as pessoas com 65 anos ou mais, com um sistema imunológico fragilizado, terão de receber uma terceira dose da vacina da Pfizer-BioNTech ou da Moderna, as duas principais vacinas utilizadas para imunizar a população dos Estados Unidos.
Segundo o The New York Times, esta pode ser uma grande mudança na estratégia de vacinação da administração Biden que há algumas semanas dizia que não existiam provas científicas suficientes que apoiassem a administração de doses extra.
De acordo com aquilo que um alto funcionário do Centro de Controle e Prevenção de Doenças disse na quinta-feira, esta decisão pode mesmo vir a ser tomada ainda antes de os reguladores darem a autorização de emergência para a administração desta terceira dose, um pedido que pode ser feito pela própria Pfizer em breve.
Os estudos levados a cabo pela Pfizer, e que ainda decorrem, revelam que entre os quatro e os seis meses após a inoculação com a segunda dose, a eficácia da vacina contra infeções sintomáticas baixa de 95% para 84%.
Coincidência ou não, na passada sexta-feira o governo norte-americano encomendou mais 200 milhões de doses da vacina produzida pelos laboratórios da Pfizer-BioNTech.
Em Portugal, o Infarmed afastou a necessidade de terceira dose de vacina. O contrário do que aconteceu em Espanha
O regulador nacional do medicamento afastou na sexta-feira a necessidade de reforço da vacinação contra a covid-19 com uma eventual terceira dose, no dia em que Espanha anunciou que vai avançar com a medida.
Num esclarecimento sobre a terceira dose e novos contratos de vacinas para a covid-19, o Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde refere que "a informação disponível até à data não permite concluir sobre a necessidade, e momento, de realização de reforço vacinal, prevendo-se, portanto, o esquema vacinal aprovado na Autorização de Introdução no Mercado atribuída pela Agência Europeia de Medicamentos".
Em Portugal são administradas vacinas de unidose (Janssen) e de duas doses intervaladas (Pfizer/BioNTech, Moderna e AstraZeneca).
No mesmo dia, Espanha confirmou, através da ministra da Saúde, Carolina Darias, que será administrada no país uma terceira dose, tendo sido assinados contratos com as farmacêuticas com esse fim, embora esteja por decidir quando tal sucederá.
No esclarecimento, o Infarmed ressalva, no entanto, que, em conjunto com a Direção-Geral da Saúde, está "a acompanhar os dados técnico-científicos à medida que estes se encontram disponíveis, nomeadamente visando a ponderação, no Plano de Vacinação contra a Covid-19, da eventual necessidade de doses adicionais ao esquema aprovado para algumas populações mais vulneráveis".
O regulador acrescenta que, para "acautelar uma possível terceira dose", bem como "o desenvolvimento de vacinas adaptadas a novas variantes" do novo coronavírus, Portugal tem "dois contratos estipulados, cujo volume de vacinas ultrapassa os 14 milhões, com os laboratórios BioNTech/Pfizer e Moderna".
Adicionalmente, para 2023, o país contratualizou com o consórcio BioNTech/Pfizer mais de 10 milhões de vacinas.
O Infarmed salienta que, "a acrescentar aos referidos volumes, poderão ainda chegar a Portugal mais vacinas, no âmbito de futuros contratos, com algumas das vacinas ainda em avaliação" pelo regulador europeu.
*com Lusa e AFP
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