Num comunicado divulgado no sábado, Blinken acusou a China de “esforços para restringir e manipular a visita” de Bachelet a Xinjiang, onde alegadamente se têm registado abusos contra minorias muçulmanas, como os uigures.
A visita “não permitiu uma avaliação completa e independente da situação dos direitos humanos, inclusive em Xinjiang”, lamentou o secretário de Estado norte-americano.
Também Bachelet admitiu no sábado que a visita a Xinjiang não foi uma “investigação” sobre alegados abusos, mas garantiu que Pequim “não tinha supervisionado” os encontros que teve na região.
Numa conferência de imprensa virtual para assinalar o final da viagem, que começou na segunda-feira, a ex-presidente chilena esclareceu que a sua visita de “alto nível” não permitiu a “metodologia detalhada” de um “trabalho de natureza investigatória”.
Aquela responsável adiantou que o governo regional de Xinjiang lhe assegurou que a rede de “centros de formação profissional”, acusada por organizações de direitos humanos de ser uma rede de “campos de reeducação”, tinha sido “desmantelada”.
Ainda assim, a alta-comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, de 70 anos, exortou a China a evitar “medidas arbitrárias” nas suas ações “anti-terroristas” em Xinjiang.
A região tem sido desde há muito cenário de ataques contra civis cometidos, segundo o Governo, por separatistas e extremistas uigures.
Em nome do antiterrorismo, o território tem sido objeto de vigilância apertada desde há vários anos e estudos ocidentais acusam Pequim de ter internado mais de um milhão de uigures e membros de outros grupos étnicos muçulmanos em “campos de reeducação”.
A China, por seu turno, denuncia os relatórios como tendenciosos e fala de “centros de formação profissional” concebidos para erradicar o extremismo.
Na sexta-feira, o governo alemão recusou pela primeira vez apoiar investimentos na China, devido à situação dos direitos humanos em Xinjiang, indicou o ministro da Economia alemão, Robert Habeck.
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