“Os confrontos entre o governo e a Renamo, que a Liga Moçambicana dos Direitos Humanos considera uma ‘guerra civil de baixa intensidade’, aumentaram nas zonas rurais do centro e noroeste do país e contribuíram para que mais de 10 mil pessoas escapassem para o Malawi”, descreve o documento.
Os EUA lembram as eleições de 2014, em que foi eleito Presidente Filipe Nyusi, da Frelimo, dizendo que observadores apontaram “falta de transparência” na contagem de votos e outras irregularidades.
O relatório diz que “o país viveu significativa revolta devido ao continuado conflito armado entre as forças de defesa e segurança e os militarizados membros do partido de oposição Renamo.”
O Departamento de Estado recorda ainda a descoberta de valas comuns, noticiadas pela Lusa, e diz que “embora o governo tenha bloqueado acesso ao local, jornalistas encontraram cerca de uma dúzia de corpos espalhados nos arbustos à volta”.
“Apesar de uma investigação parlamentar não ter chegado a nenhuma conclusão definitiva [sobre estas valas comuns], foi a primeira vez que um comité de investigação deste género foi formado”, acrescentam os autores do relatório.
Os EUA entendem, assim, que “os problemas de Direitos Humanos mais significativos [no país] são o conflito interno, o fim arbitrário e fora-da-lei de vidas, e a falta de respeito pelas liberdades civis.”
O documento sublinha que o governo tomou alguns passos para investigar estas violações mas que “a impunidade continuou um problema a todos os níveis” e dá o exemplo de alegados “esquadrões da morte”, patrocinados pelo governo, para atingir membros da Renamo.
“O governo prometeu investigar estas ações, no entanto, até agora, nenhuma acusação foi feita”, conclui o relatório.
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