Durante o encontro, Yellen sublinhou a intenção dos Estados Unidos de trabalhar com a China para alcançar uma relação que garanta condições iguais para os trabalhadores e empresas norte-americanas.
De acordo com um comunicado, a dirigente destacou a importância de uma comunicação “franca e aberta” com a China para atingir este objetivo.
A secretária reuniu-se com representantes empresariais dos Estados Unidos, União Europa e Japão, que expressaram “preocupações” sobre o excesso de capacidade industrial da China em determinados setores.
De acordo com o Departamento do Tesouro, durante a visita à China, Yellen pretende abordar com representantes do governo chinês “práticas comerciais injustas” e, em particular, destacar “o impacto da sobreprodução chinesa na economia mundial”.
A dirigente iniciou na quinta-feira a segunda visita à China em menos de um ano, que decorre até 09 de abril.
Yellen vai reunir-se em Cantão, com o vice-primeiro-ministro He Lifeng, antes de voar para Pequim, onde se vai encontrar com o seu homólogo Lan Fo’an, com o primeiro-ministro Li Qiang e com o governador do banco central Pan Gongsheng.
A visita ocorre apenas oito meses após a anterior deslocação ao país, que ajudou a estabilizar uma relação conflituosa entre as duas maiores economias do mundo, nomeadamente através da criação de grupos de trabalho bilaterais dedicados a questões económicas e financeiras.
Washington está particularmente preocupado com o aumento das exportações chinesas a baixo custo em setores como veículos elétricos, baterias de iões de lítio e painéis solares, o que pode impedir a formação de uma indústria norte-americana nestas áreas.
No final de 2023, Janet Yellen garantiu que Washington vai continuar a exigir maior clareza na política económica chinesa, avisando que a China era “demasiado importante para construir o seu crescimento com base nas exportações”.
Na quarta-feira, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, disse que a China espera que a visita de Yellen sirva para “construir consensos” com os Estados Unidos e que Washington esteja “disposta a trabalhar com Pequim para chegar a um meio-termo”.
A visita surge depois de o Presidente dos EUA, Joe Biden, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, terem falado na terça-feira, numa chamada telefónica que a Casa Branca descreveu como franca, mas na qual, segundo o Governo chinês, houve alguma fricção.
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