A posição dos Estados Unidos sofreu uma mudança subtil de tom nos últimos dias, com vários responsáveis do Governo do Presidente Joe Biden a realçar a necessidade de minimizar o impacto do conflito sobre os civis palestinianos.
Na sexta-feira, durante uma nova viagem a Israel, o chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken, apelou ao estabelecimento de pausas humanitárias que permitam a entrega de ajuda internacional.
O secretário de Estado norte-americano admitiu que a solução de dois Estados representava “o melhor caminho, talvez até o único”.
“Esta é a única forma de garantir uma segurança duradoura (…) a única forma de garantir que os palestinianos realizem as suas aspirações legítimas de um Estado próprio”, defendeu Blinken.
Há 30 anos, os Acordos de Oslo já tinham tentado implementar esta solução, mas em vão.
A Autoridade Palestiniana goza apenas de autonomia limitada em partes da Cisjordânia, território ocupado por Israel, e tem estado enfraquecida desde que o grupo islamita Hamas assumiu o poder em Gaza, em 2007.
Em Israel, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, é um ferrenho opositor da ideia de um Estado palestiniano e liderou um Governo de coligação com várias figuras que compartilham a sua posição.
Poucas semanas antes dos ataques do Hamas, Benjamin Netanyahu defendeu, perante a ONU, que a ideia de uma solução de dois Estados pertencia ao passado, enquanto o futuro era o da normalização das relações de Israel com os Estados Árabes.
Uma sondagem realizada no início deste ano pelo Pew Research Center concluiu que 35 por cento dos israelitas acreditavam que o seu país poderia coexistir pacificamente com um Estado palestiniano independente, uma queda de 15 pontos percentuais em relação há uma década.
Uma quebra de valores semelhante foi registada entre palestinianos.
Em Israel, pelo menos 1.400 pessoas foram mortas, a maioria civis, desde o início da guerra, após o ataque do Hamas em Israel, a 7 de outubro.
Na Faixa de Gaza, os incessantes bombardeamentos israelitas, em retaliação ao ataque, provocaram mais de 9.227 mortos, incluindo 3.826 crianças, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.
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