“Sem dúvida [que Mário Centeno pode contar com o nosso apoio]. Penso que precisamos de um ibérico à frente do Eurogrupo”, disse Pedro Sánchez aos correspondentes em Madrid dos órgãos de comunicação social portugueses.
O líder da oposição espanhola vai participar na sexta-feira e no sábado, em Lisboa, numa reunião dos líderes do Partido Socialista Europeu, onde a questão deverá ser abordada.
O Governo português anunciou formalmente hoje, ao final da manhã, a candidatura de Mário Centeno à eleição para a presidência do fórum de ministros das Finanças da zona euro, que decorrerá na próxima segunda-feira, em Bruxelas.
Pedro Sánchez também criticou o Governo espanhol por aquilo que considera ser a sua falta de apoio político ao processo de construção europeia e ainda a fraca “presença de espanhóis em lugares de responsabilidade” nas instituições internacionais.
Mesmo assim, apoiou a eventual candidatura do ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, do Governo de direita do Partido Popular para um lugar no Conselho do Banco Central Europeu (BCE).
“Penso que seria importante que optássemos por um lugar no Conselho do BCE, que também é importante”, disse Sánchez.
O vice-presidente do BCE, o português Vítor Constâncio, abandona o lugar em breve e o Governo espanhol está interessado em enviar de Guindos para Frankfurt (Alemanha), onde está a sede da instituição.
De acordo com o Conselho Europeu, a corrida à presidência do Eurogrupo terá outros três candidatos: Pierre Gramegna (Luxemburgo), Peter Kazimir (Eslováquia) e Dana Reizniece-Ozola (Letónia).
Em conferência de imprensa, o ministro das Finanças português disse que, se for eleito, pretende dar "um contributo construtivo", mesmo que "crítico às vezes" para "encontrar caminhos alternativos".
O primeiro-ministro, António Costa, salientou que a candidatura portuguesa à presidência do Eurogrupo procura estabelecer consensos e "reunir todos" à volta dos desafios que a moeda única europeia enfrenta e das reformas de que precisa.
Mário Centeno, 50 anos, natural de Olhão, Algarve, é ministro das Finanças desde 26 de novembro de 2015 e é apontado agora pela generalidade da imprensa internacional como o grande favorito ao cargo, depois de ter sido o 'eleito' entre os potenciais candidatos dos Socialistas Europeus, a família política com mais possibilidades de garantir (neste caso, manter) o posto até agora ocupado pelo holandês Jeroen Dijsselbloem.
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