“Ao longo deste ano, permanecendo firmemente ao lado e apoiando a Ucrânia, provamos que a mensagem de propaganda russa de que a Europa iria congelar e de que a nossa indústria ficaria sem gás era falsa. Conseguimos diminuir o consumo de gás russo em 40% e, agora, é menos de 9% no nosso ‘mix’ de energia. As receitas russas provenientes do petróleo e gás diminuíram 38% (e isto é apenas o começo, vão diminuir ainda mais) e assistimos a um aumento de 41% dos projetos eólicos e solares e de 40% das vendas de bombas de calor”, afirmou o responsável europeu pela pasta do Ambiente, Oceanos e Pescas.
Falando no Porto, à margem da assinatura do ‘Portuguese Shoes Green Pact’, Virginijus Sinkevicius considerou que estes números “mostram que a Europa esteve unida e encontrou uma solução”.
“Acho que nos saímos muito bem, devemos estar orgulhosos e devemos continuar, porque é muito claro que o ‘European Green Deal’ é a resposta e que devemos ser não apenas sustentáveis, mas antes de tudo, geopoliticamente independentes. E isso é crucial para a Europa, para a nossa indústria e para o nosso povo”, sustentou.
Embora assumindo que preferiria estar “a falar sobre a transição energética sem a guerra e que a guerra não fosse um fator para acelerar a transição na Europa”, o comissário europeu reconheceu que “a guerra respondeu a muitas perguntas” e evidenciou que a indústria europeia “é muito baseada em recursos energéticos baratos, principalmente gás, e esse gás vinha principalmente da Rússia”.
O “aumento dos preços ao consumidor” da energia foi destacado por Virginijus Sinkevicius como “o maior choque”, que ainda prevalece e que “só pode ser superado com a aceleração e a ampliação dos investimentos, de forma a garantir uma oferta estável”.
“Não podemos vender às pessoas o sonho de que com intervenções políticas no mercado teremos preços mais baratos. Preços mais baratos são garantidos por um fornecimento estável e por contratos de longo prazo. Uma intervenção no mercado pode ajudar temporariamente, mas não por muito tempo”, sustentou.
“Portanto — acrescentou — precisamos de continuar e acelerar o investimento, para garantir que descentralizamos e que temos produção própria. Porque o bom de qualquer um dos regimes autocráticos é que não controlam nem a energia eólica, nem a solar”, concluiu.
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