No seu discurso do almoço comício socialista em Viana do Castelo, tal como fizera na véspera na Covilhã, António Costa voltou aos alertas sobre os perigos das sondagens favoráveis ao PS, mas usou agora como analogia o facto de o Benfica e FC Porto estarem hoje a disputar até à última jornada o título de campeão de futebol.
Dirigindo-se a uma sala cheia de militantes e simpatizantes socialistas, António Costa disse que sabe que muitos estarão esta tarde a acompanhar os resultados do campeonato de futebol.
"As eleições [do próximo dia 26] não mesmo como este campeonato, jogam-se até ao último minuto - e é até ao último minuto que nós também vamos ter de jogar, sem atirar a toalha ao chão, mas também sem nos deslumbramos com os resultados das sondagens. Nós sabemos bem que é dia a dia, minuto a minuto que se conquista o resultado - e é isso que vamos ter de fazer como as equipas que hoje estão a disputar o campeonato vão ter de fazer durante 90 minutos", declarou.
Depois, usando um tom de voz veemente, deixou um pedido: "O que nós temos de fazer, durante a próxima semana, é lutar até ao último segundo pela vitória - e por uma grande vitória pela Europa, por Portugal e pela continuação do rumo da nossa governação".
Na sua intervenção, o líder socialista tentou salientar a importância do resultado das eleições do próximo dia 26 em defesa do projeto europeu e contra os nacionalismos e o protecionismo, mas também para reforço do peso de Portugal na União Europeia e para a manutenção da sua governação no país.
Neste contexto, falou então sobre as mais recentes sondagens favoráveis ao PS, dizendo que registou essas previsões de resultados favoráveis.
"Há uma coisa que todos nós sabemos, não se ganham eleições nas sondagens. As eleições ganham-se nas urnas com os votos que entram nas urnas. Só contado voto a voto é que se sabe quem ganha e qual a dimensão dessa vitória", alegou.
Por essa razão, segundo o secretário-geral do PS, o seu partido "não pode ficar descansado com as boas sondagens" e tem de "continuar a trabalhar ao longo da próxima semana".
"É preciso termos um grande resultado no dia 26, para que não tenhamos só uma boa previsão de um bom resultado nas sondagens. O que conta é o resultado, não são as sondagens. É para os resultados que temos de trabalhar", acentuou.
No plano político, o secretário-geral do PS procurou colocar em contraste, de um lado, as preocupações que diz serem da lista europeia socialista em matéria de combate às alterações climáticas, regulação de uma sociedade de digitalização e política demográfica e, do outro lado, o atual posicionamento do PSD e CDS-PP.
"Queremos ouvir e responder às preocupações dos jovens. Não é um regresso ao passado com programas do passado. Candidatos do passado com programas do passado, esses já lá estão servidos no PSD e no CDS. Aqui temos os programas para o futuro", acrescentou.
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