Em declarações à agência Lusa, depois da entrega da lista no Tribunal Constitucional, em Lisboa, o cabeça de lista da coligação, André Ventura, colocou como “grande objetivo” da coligação, “eleger eurodeputados”.

“Como tenho dito, e não fujo a essa linha, o nosso grande objetivo é mudar Portugal. Foi para isso que nos unimos, é a isso que nos propomos e, portanto, as eleições legislativas de outubro são o nosso grande foco”, disse.

O candidato considerou que as eleições europeias “vão ser uma demonstração” da força do partido “Chega, da coligação BASTA!, vão ser uma demonstração da força” que os dirigentes sentem “na rua”.

“A eleição de um eurodeputado, pelo menos, é sinal de que essa força vai ser transportada para as legislativas, e é isso que nós queremos essencialmente”, referiu.

Sobre os temas que vão levar à campanha das europeias, Ventura assinalou “três pontos fundamentais”.

“Queremos uma Europa de fronteiras fortes, fronteiras seguras e não a bandalheira que tem sido por toda a Europa e a que temos assistido”, afirmou, defendendo também “uma Europa de coesão, em que Portugal tenha exatamente o mesmo valor que todos os outros Estados”.

Na opinião de André Ventura, não tem existido “uma Europa de igualdade”.

“Queremos uma Europa de nações iguais, livres e queremos uma Europa que não nos esteja sempre a encher de ideologia de género e de marxismo cultural, uma Europa que nos encha daquilo que nós precisamos, que é desenvolvimento, que é coesão, que é mais segurança, mais justiça, e uma Europa que transporte para fora os valores de cada um dos seus países, e não valores que ninguém sabe quais são”, notou.

Outra das medidas defendidas pela coligação é “uma Europa em que a justiça impere também em termos de modelo económico”.

“Nós, hoje, o que assistimos é aos países do sul estarem a ser deixados cada vez mais para trás, cada vez mais atrasados em termos de coesão. Ou há uma Europa que caminha economicamente no mesmo sentido, em termos de desenvolvimento, ou não vale a pena haver Europa”, apontou o candidato.

Além do cabeça de lista, a lista da coligação conta também, nos lugares cimeiros, com os dirigentes das restantes forças políticas que a compõem.

Também Peixoto Rodrigues, presidente do Sindicato Unificado da Polícia, e Pedro Magrinho, presidente da Federação Nacional dos Sindicatos da Polícia, fazem parte da lista da coligação BASTA! às eleições de 26 de maio.

Segundo André Ventura, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) "deu parecer favorável" à integração dos dois dirigentes na lista.

De acordo com o parecer, ao qual a agência Lusa teve acesso, a CNE alega que "a inelegibilidade prevista para os militares e os elementos das forças militarizadas pertencentes aos quadros permanentes, enquanto prestarem serviço ativo, não parece ser extensível aos agentes das forças de segurança (PSP)".

Contudo, aquela entidade realça que "é da competência exclusiva do juiz verificar (...) a regularidade do processo, a autenticidade dos documentos que o integram e a elegibilidade dos candidatos".