Estas críticas foram feitas por António Costa no enceramento do jantar comício do PS em Matosinhos, na véspera de jovens de mais de 100 países terem convocado uma "greve climática", exigindo medidas a favor da proteção do ambiente.
"Ouvi recentemente o PSD e o CDS dizerem que também estão preocupados com as alterações climáticas, mas esses partidos são os mesmos que combateram uma política energética que desse prioridade às energias renováveis, que travaram o projeto da mobilidade elétrica e que votaram contra na Assembleia da República o mais poderoso instrumento de promoção do transporte público: A nova geração de passes únicos, que diminuiu significativamente o custo dos transportes para as famílias e promoveu a mobilidade sustentável", declarou.
Neste ponto, o líder socialista fez questão de acentuar que, nas eleições de domingo, os partidos em disputa "não são todos iguais", designadamente em matéria ambiental.
"Há aqueles que se limitam a dizer que são contra as alterações climáticas, que desinvestiram no transporte público e votaram contra a criação do passe único. Depois, há aqueles que trabalham com os nossos autarcas para criar o passe único. PSD e CDS podem dizer que estão contra as alterações climáticas, mas nada fazem de concreto para as combater", acusou.
Na sua intervenção, tal como em comícios anteriores, António Costa procurou apresentar o seu Governo como um exemplo de "responsabilidade orçamental", dizendo em seguida que PSD e CDS-PP se enganaram quando fizeram a previsão de um novo resgate e de uma nova crise financeira em Portugal.
"Cumprimos todas as metas, enquanto que nos quatro anos em que PSD e CDS governaram não houve um ano em que só houvesse um orçamento. Houve 12 orçamentos e chegou a haver um ano com três orçamentos. Nunca cumpriram as metas a que se tinham proposto", disse, criticando os orçamentos retificativos da anterior legislatura.
No plano da frente europeia, tal como na quarta-feira, em Setúbal, António Costa voltou a defender a presença do PS numa "grande frente progressista europeu", incluindo o primeiro-ministro da Grécia e líder do Syriza, Alexis Tsipras, e o Presidente da França, Emmanuel Macron.
Neste seu discurso, em Matosinhos, o secretário-geral do PS fez mesmo questão de referir que Tsipras lidera um Governo grego que, tal como Portugal, foi vítima da política de austeridade, enquanto Macron "está na primeira linha do combate à extrema-direita".
"A extrema-direita tem de ser derrotada em todos os países em que tenta levantar a cabeça", acrescentou o secretário-geral do PS.
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