Frente a frente estiveram os cabeças de lista às eleições europeias pelo ADN, Joana Amaral Dias, MAS, Gil Garcia, Ergue-te, Rui Fonseca e Castro, Nova Direita, Ossanda Liber, Volt, Duarte Costa, RIR, Márcia Henriques, Nós Cidadãos, Pedro Ladeira, MPT, Manuel Carreira e PTP, José Manuel Coelho.

Quem ganhou?

Num debate a nove em que se discutiram vários temas, desde a guerra ao celibato dos padres, os candidatos sem assento parlamentar tentaram mostrar porque deviam ter lugar no hemiciclo de Estrasburgo.

Entre informações que não se conheciam avançadas pelo RIR, de que a embaixadora da Ucrânia lhes passou a ideia de que a situação no país invadido pela Rússia era “menos grave” do que o que é transmitido “nos telejornais”, e o acordo que existia em fevereiro 2022 entre Putin e Zelensky, trazido por Joana Amaral Dias, não faltaram polémicas a este debate.

O tema da Ucrânia talvez tenha sido o mais quente do debate, que durou mais de 100 minutos, com alguns candidatos a defender o exército europeu e o regresso do serviço militar obrigatório.

Quase todos os partidos concordaram que não é possível viver sem União Europeia e, aqui, tanto o Volt como o RIR citam Salazar e afirmam que ficaríamos "orgulhosamente sós".

Num momento de loucura temática, falou-se na mesma ronda do direito ao aborto, de habitação, de criar um tribunal constitucional Europeu, da homosexualidade e do celibato dos padres, tendo antes passado rapidamente pelo fim do dinheiro físico, um tema apenas valorizado pelo ADN.

O debate terminou no tema das migrações, onde o Ergue-te defendeu que os “extra-europeus estão a ocupar os nossos empregos e as nossas casas” e Joana Amaral Dias disse que é necessário “combater máfias de imigração”, gastando também tempo nesta parte para criticar a RTP por não ter estado presente numa ação de campanha do partido junto a imigrantes em Lisboa.

O candidato do Volt foi talvez o mais moderado, manifestando-se até contra o facto da Igreja Católica ser introduzida no debate, nomeadamente quando se discutia o celibato dos padres e a ideologia de género. Apesar disso, tendo em conta a diversidade de opiniões da esquerda para a direita, atibuir um vencedor a este debate é uma tarefa impossível.

Portugal consegue viver sem União Europeia?

Duarte Costa: Iniciando o debate em inglês e falando diretamente para os eleitores que não falam português, o candidato do Volt apresentou-se ao público. Sobre a questão do moderador sobre se os portugueses conseguiriam viver, afirmou que o seu partido começou a preparar estas eleições há dois anos e garantiu que "não temos futuro orgulhosamente sós, como alguns podem achar".

Trazendo o tema dos fundos europeus, afirmou que é necessário ser uma "união de 27 economias prósperas".

Gil Garcia: O candidato do MAS, um partido muita vezes considerado anti-europeu, garantiu que não pretendem sair da Europa, mas sim a “favor de uma Europa unida”.

Destaca, no entanto, que “o problema é que temos uma Europa orientada para a guerra, neste momento é o panorama apresentado”.

Joana Amaral Dias: A cabeça de lista pelo ADN começou por afirmar que “o mundo em que vivemos é um mundo com desigualdades profundas”, mais do que em qualquer outro período da história. Sublinhou também que a “Europa desistiu e passou a viver num capitalismo blackrock”, cedendo a “todos os lóbis”, desde logo ao “armamentista, das armas, dos criminosos”. Joana Amaral Dias diz que os “dirigentes europeus, que são fracos, empurram a Europa para a III Guerra Mundial”.

A candidata diz ainda que as “elites não eleitas são capturadas” e critica o facto de, em “sete instituições europeias, apenas uma ser eleita, o Parlamento Europeu, e não tem iniciativa legislativa”. Disse ainda que “Von der Leyen fez toda a serventia a todos os poderes instalados” e considera que a Comissão Europeia deve ser eleita por sufrágio universal.

Sobre a visão para a Europa, “o ADN defende uma Europa inter-governamental e não federalista”. Acusa ainda o BCE de ser responsável pela inflação porque “imprimiu dinheiro como se não houvesse amanhã”, mencionando quatro biliões entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2022.

José Manuel Coelho: Este candidato, que fala a partir do Funchal, começou por destacar a forma como os fundos europeus “fizeram toda a diferença” nomeadamente no seu arquipélago, a Madeira.

O cabeça de lista lembrou as infraestruturas que foram construídas na Madeira com ajuda dos fundos, nomeadamente o aeroporto ou o “novo hospital”, “grandes obras e grandes realizações que se não fosse a ajuda europeia seriam muito difíceis de concretizar”.

Questionado acerca da corrupção, afirmou que muito do dinheiro dos fundos que é enviado para os países periféricos “desaparece” e “é desviado”. “Há desvios de dinheiro” e a “justiça portuguesa não tem sido célere”, diz.

“Um terço do dinheiro que a UE atribui a Portugal é desperdiçado”, termina José Manuel Coelho.

Manuel Correia: O candidato começou por falar sobre as ameaças à felicidade do ser humano, justificado pelo facto de “quatro em cada oito pessoas são tristes”.

Manuel Carreira diz que o MPT é um partido de “liberalismo verde” e não se importa com a concorrência na área da ecologia, porque “quanto mais defenderem melhor”. Elogiou depois a integração de imigrantes, que “estamos a conseguir regularizar”.

Márcia Henriques: A cabeça de lista do RIR, afirmou logo que são um partido "humanista, pró-europeu". Começa logo por dizer que “é impensável nos dias de hoje vivermos fora da UE”. “Tirem isso da ideia porque não é possível”. “Íamos ficar orgulhosamente sós, mas muitíssimo pobres”, acrescenta.

De seguida, falou de salários e salientou que o partido defende uma convergência entre os salários mínimos e médios, algo que não se conseguirá “fazer num ano ou dois”, mas sim “a longo prazo”.

Lembrou depois os jovens que deixam o país, e diz que quer “que haja na UE convergência de salários mínimos, médios".

Ossanda Liber: A candidata da Nova Direita afirmou que “confia muito mais nos portugueses” do que a candidata do RIR, porque há países fora da UE que “têm água canalizada” e que não “põe em causa” a pertença à União Europeia, mas exige que a UE “não se torne numa Europa federalista”.

Sublinhou ainda ser “contra impostos europeus”, porque “já pagamos muitos impostos para ainda estar a acrescentar impostos europeus”. Sobre o futuro, diz que “a Europa tem de criar riqueza”, deixando um “clima punitivo” em detrimento de uma “reindustrialização” para competir outras potências, como a China.

Pedro Ladeira: O cabeça de lista do Nós Cidadãos, que diz ser “o único partido de cidadãos” e que “não está limitado por ideologias políticas”, defende que o “principal problema” da União Europeia é a habitação.

Diz ainda não perder a “esperança de um dia contar com a Rússia na UE”, defendendo “o alargamento de toda a Europa a todos os países do continente europeu”.

Salientou também que o seu partido é o “único partido da Europa que defende o conceito de família”, e afirma que querem “estimular a natalidade, pagando as despesas para que os casais tenham os filhos”. O pagamento seria feito através dos fundos europeus, sendo que há milhões “para suportar a guerra na Ucrânia”, e por isso também há dinheiro para apoiar as famílias.

Rui Fonseca e Castro: O candidato do Ergue-te começa por dizer que “abandonar a UE neste momento seria impossível”, porque Portugal “está ancorado a uma dívida, fraudulenta, mas é uma dívida”. Sublinhou também que “a UE não vai sobreviver ao que está a acontecer no leste da Europa” e, por isso, é preciso “preparar-nos para viver” fora da UE.

Lança ainda a crítica a uma “elite parasita” e diz que Portugal tem “mais de 800 anos de História” e viveu “o tempo todo sem UE”, e por isso quer o regresso à aposta na indústria.

A guerra na Ucrânia

Márcia Henriques: Confrontada com o facto do programa do partido não ter nenhuma referência à Ucrânia, a candidata sublinhou que se encontrou com a embaixadora esta manhã e que esta transmitiu a ideia de que a situação no país invadido pela Rússia era “menos grave” do que o que é transmitido “nos telejornais”.

No que diz respeito ao pensamento do partido, refere que para alcançar a paz é necessário existir “do outro lado alguém” com que Kiev possa “dialogar”, e que “a Ucrânia tem direito a defender-se e tem todo o direito a ser ajudada”.

Para o RIR, é “inevitável” que a ajuda da UE a Kiev passe “mais à prática” e que “as coisas endureçam”. Por isso, o envio de tropas da Europa para a Ucrânia “vai acabar por acontecer”.

Ossanda Liber: Neste tema, a candidata diz que “nesta fase do campeonato todos vão ter de ceder”, e que a Nova Direita diz que é “consensual” o apoio à Ucrânia, mas “o limite deve ser o momento em que nos tornamos beligerantes”.

Para Ossanda Liber, enviar militares para a Ucrânia ou atacar o território russo é legitimar a Rússia para recorrer aos seus aliados, que são “todo o mundo não ocidental”.

Defende ainda a “diplomacia” e critica não existir um emissário do mundo ocidental que fale com a Rússia. “Esta guerra não se vai conseguir ganhar no campo de batalha”, afirma.

Pedro Ladeira: O candidato criticou a Europa por não ter agido logo quando houve a invasão da Crimeia, apenas por “interesse financeiro” e para não “interromper ciclo económico”. Diz ainda que Von der Leyen é “a pior gestora que a Europa já teve até hoje”.

Concorda ainda com a candidata do RIR, que diz que “a guerra não é como dizem”, e acrescenta: “Falei com ucranianos e dizem que a guerra está em banho-maria. A Rússia só queria caminho para o mar. A guerra já tinha começado e só ligaram após a fraudemia”.

Quer também “negociar com o grupo de Davos a reconstrução da Ucrânia” e aponta como caminho o “armistício, tratado de paz e princípio de não-agressão militar”.

Rui Fonseca e Castro: Também no tema da defesa, o candidato do Ergue-te faz uma “declaração pessoal”. “De acordo com algumas declarações, pode haver a ideia de, a prazo, se começar um processo de recrutamento ou de envio de militares portugueses para a Ucrânia. Se houver alguma tentativa de mandar os meus filhos para a Ucrânia, eu começo uma guerra em Portugal”, disse.

Quanto ao que o Ergue-te defende, o candidato afirma que “se por acaso” Portugal fosse atacado, a NATO “não teria capacidade operacional” para defender o país, e dá o exemplo de uma possível guerra com Marrocos. Além disso, considerou que é “discutível” que a Rússia tenha começado a guerra com Kiev, e disse que o conflito “está a servir para exterminar o povo eslavo”.

Duarte Costa: O candidato diz que “a UE precisa de se mobilizar para um projeto comum de Defesa Comum”, e que o investimento da UE é na ordem de grandeza da Rússia ou da China, mas é individual.

Defende ainda “Forças Armadas Europeias” e que, para as financiar, sejam canalizados 60% dos orçamentos da Defesa nacionais para operações de Defesa europeias, o que seria “reforçar o pilar europeu na NATO”.

O candidato do Volt critica quem tem um discurso de “Miss Universo” que quer a paz, e lembra que é preciso ter armas para agir se um “sociopata” decidir atacar a Europa.

Duarte Costa diz ainda que não tem medo de utilizar a “F word” e de defender o federalismo.

Gil Garcia: O candidato do MAS lembrou que a Ucrânia já está a ser apoiada “com armas, com tanques, com drones e com milhões de euros e milhões de dólares” por parte dos EUA e da UE. “Esse apoio já existe, o problema maior é que através desta guerra pode haver uma guerra maior, pode abrir-se as portas para a terceira guerra mundial”, afirma.

Para o MAS, investir em “mais armas” só vai servir para “haver mais guerra”. Por isso, o partido defende que para a paz é necessário “aprofundar relações políticas”. Considera ainda que os norte-americanos não querem acabar com a guerra na Ucrânia e sublinha que a União Europeia está a tornar-se uma “carruagem” da estratégia dos norte-americanos.

Joana Amaral Dias: A candidata sublinha que “é preciso perguntar a qualquer povo que viveu a guerra, se valeu a pena”. Mesmo que tivessem razão, “a guerra nunca vale a pena”, diz a candidata enquanto cita “o filósofo: no jardim da razão não nascem flores”.

Destaca também que, “perante quatro potências mundiais, 2024 pode ser o último ano” e, por isso, “o único caminho é a paz”. Cita também o Die Welt para afirmar que, “em fevereiro de 2022, existia um acordo entre Putin e Zelensky” e que “foi mandado ao charco pelos criminosos” de guerra.

Acrescenta também que, “há cerca de uma semana, Putin quis ir à mesa das negociações” e que “a cimeira da paz na Suíça é fantoche, porque não tem a presença de Putin. Os senhores da guerra têm que ser travados”.

José Manuel Coelho: Começou este tema por criticar a falta de tempo no debate e acusou os restantes cabeças de lista dos partidos sem assento parlamentar de defenderem “abertamente a guerra”, sendo que pessoalmente adota a mesma postura do Papa Francisco, pedindo “negociações de paz” para acabar com o conflito.

Lembra ainda os mortos da guerra do Ultramar, onde esteve, e sublinhou que a “guerra não deve ser apoiada em nenhuma circunstância”, estando “contra o primeiro-ministro ter aprovado o envio de 126 milhões de euros, tirados dos impostos dos portugueses para meter na guerra”. “O senhor [Montenegro] é um insensato”, termina.

Manuel Carreira: O candidato do MPT diz que, “para além daquilo que possam ser as potências, a guerra não é só Ucrânia-Rússia, também é no Médio Oriente”, porque “cada guerra hoje é uma guerra mundial”.

Diz ainda que “as nossas defesas têm de ser com serviço militar obrigatório ou serviço cívico”, sendo que “a Ucrânia é hoje o país que mais sofre e deve ser apoiado, acima de tudo do ponto de vista diplomático”.

Dinheiro físico é aliado da corrupção?

Joana Amaral: Sobre este tema, que foi um dos principais da campanha do ADN, a candidata diz que “esta Europa constitui-se contra a liberdade” e que empurra “as crianças para os ecrãs”. Diz também que “o fim do dinheiro físico” é também “o fim do anonimato”, e que o dinheiro físico representa “o anonimato” e uma “defesa contra os ciberataques”.

Acusou ainda o BCE de ser um grande “Alves dos Reis”, com um “aumento do seu balanço em 4 mil milhões”. Por esse motivo, “não há razão para confiarmos a moeda digital a esse banco”, afirma.

José Manuel Coelho: O candidato é questionado acerca do investimento mais urgente de que Portugal precisa, mas foge ao assunto. “Nós precisamos de investimento não em obras viárias, em autoestradas, nem em infraestruturas em cimento e betão, porque isso só favorece a corrupção”, afirma o candidato, e diz que Portugal é um “país corrupto, com grandes índices de corrupção”.

O direito ao aborto, a habitação, um tribunal constitucional Europeu, a homosexualidade e o celibato dos padres...

Manuel Carreira: O candidato, sobre a habitação, diz que, “quando falamos de dinheiro para construir”, é para defender o aproveitamento “de habitação perdida”, afirmando existirem “ruas e prédios inteiros” devolutos.

Pede ainda “coragem” do Estado, para que crie regras fortes, para que “a habitação privada tenha de ser revertida, com regras”.

Sobre o aborto, não responde se quer o direito ao aborto na Carta dos Direitos Fundamentais da UE, mas diz que o “aborto é sempre um ato de grande sofrimento” e “sempre um mal, às vezes um mal menor”.

Márcia Henriques: A candidata defendeu a criação de uma constituição europeia e de um tribunal constitucional Europeu, que na prática funcione como um “tribunal de recurso” do “nosso tribunal constitucional”.

Depois de dar esta opinião foi criticada pelo Volt e pela Nova Direita.

Ossanda Liber: Neste tema, a candidata atacou a candidata do RIR por defender uma “Constituição Europeia”, e afirmou que isso seria “acabar com Portugal” e que Márcia Henriques está “a ir mais longe do que o Volt, que é federalista”.

Atacou depois o wokismo e afirmou que “hoje já não se pode falar”. “Tudo o que se diz fora do politicamente correto, somos logo atirados aos lobos”, sublinha.

Lembrou também quando foi convidada para uma “conferência de conservadores em Bruxelas que foi cancelada”. Diz também que tem direito a ser “conservadora” sem ser considerada “fascista”. Sublinhou mais ainda que não é de “extrema-direita”, mas sim de uma “direita conservadora”.

Afirma ainda que “a liberdade de expressão é uma luta que vai ser travada no Parlamento Europeu”.

Pedro Ladeira: Este foi o primeiro candidato a falar depois de 20 minutos de intervalo, e começa por falar sobre a Igreja Católica e a questão do celibato dos padres, algo criticado por alguns dos restantes candidatos, que confrontaram o candidato do Nós Cidadãos com esta não ser uma questão europeia.

“Porque é que os padres não podem ter família?", questiona o candidato, que diz não perceber uma Igreja “que aceita a transexualidade e não aceita o fim do celibato”.

Rui Fonseca e Castro: O candidato trouxe o tema da promoção da homosexualidade nas escolas e afirmou que acredita existir o financiamento de ideologias de género e da “promoção da homossexualidade” nas escolas. “Dizem às crianças que podem ser menino ou menina e devem experimentar ser as duas coisas”, afirma.

Refere ainda que é necessário existir “o direito ao livre desenvolvimento da personalidade” e que considera que as crianças têm sido influenciadas em “certas direções”, e que isso tem acontecido com movimentos “LGBT e movimentos de género que são extremamente bem financiados”.

Um primeiro-ministro europeu e um Rendimento Básico Europeu

Duarte Costa: O candidato defendeu a proposta do Volt de existir um “primeiro-ministro da União Europeia”, e que “a Comissão Europeia deve ser eleita pelo Parlamento Europeu”.

Além disso, deveria existir um Rendimento Básico Europeu, que ia ajudar 58 milhões de pessoas que trabalham. Adicionalmente, quer ainda um “ministério das Finanças europeu que não cobra mais impostos às pessoas, mas às grandes empresas”. Este seria um organismo europeu que teria mais meios de que os ministérios nacionais.

Gil Garcia: O candidato do MAS, defendeu o salário mínimo europeu de 1.300 euros e diz que quer reduzir os salários dos eurodeputados para metade.

Sublinha ainda que os deputados “têm um bolo de mais de 48 mil euros por mês: 10 mil euros de salário, mais de 5 mil euros para despesas gerais que não precisam de apresentar faturas e ainda um bolo de 28 mil euros por mês para despesas com pessoal”. O candidato diz que o valor justo é metade.

Migrações

Ossanda Liber: Sobre o Pacto das Migrações, Ossanda Liber destacou que “a Europa, como qualquer zona geográfica, tem de ter um mínimo de controlo” e que “o direito de asilo transformou-se numa enorme rede de tráfico humano”.

Por este motivo, Ossanda Liber diz que é preciso “dissuadir as pessoas de virem [para a Europa] por redes ilegais” e que “os consulados devem promover a imigração legal”.

Diz também que as regras que existem “são insuficientes” e que “não temos capacidade para receber todos”.

Pedro Ladeira: Neste ponto, o candidato do Nós Cidadãos defendeu que devem ser feitas campanhas de imigração direcionadas, sendo “inevitável” que os países e a União Europeia precisem de cidadãos.

Sublinhou ainda que é necessário “fazer uma campanha dirigida ao tipo de imigrantes que precisamos”.

Rui Fonseca e Castro: Neste tema, o cabeça de lista do Ergue-te diz que os “extra-europeus estão a ocupar os nossos empregos e as nossas casas”.

Defendeu ainda que a “população europeia” é “cristã” e que o “judaísmo é inimigo do cristianismo”. Mais ainda, defendeu que se promova “a natalidade para que os portugueses aumentem”.

Sobre o porquê de defender apenas imigrantes europeus, respondeu que “somos europeus, nós não somos nem africanos, nem asiáticos”.

Duarte Costa: Ainda no tema da imigração, Duarte Costa recordou que o Volt tem um eurodeputado eleito que teve um “papel decisivo” nas migrações e falou da criação de um talent pool, um mecanismo que “faz cruzamento entre pessoas que têm interesse em trabalhar na Europa e empresas europeias que não conseguem encontrar os candidatos de que precisam”.

Destacou ainda que o partido quer “combater a narrativa anti-imigração, que prejudica empresas europeias na sua competitividade”. Destacou ainda que esteve nos Anjos, em Lisboa, com pessoas disponíveis a trabalhar no que for, mas “não conseguem porque ficam presos em trâmites administrativos”.

Gil Garcia: Neste ponto, o candidato denunciou o “genocídio em Gaza”, e pede que UE suspenda o contacto diplomático com Israel. Disse também que “Portugal é o país da UE que mais emigra e o oitavo no mundo”.

Joana Amaral Dias: A candidata do ADN defendeu que é necessário “combater máfias de imigração” que não consideram se os imigrantes “vão ser ou não bem tratados”.

Gastou ainda tempo de debate para criticar a RTP por não ter estado presente numa ação de campanha do partido junto a imigrantes em Lisboa, tendo a candidata passado a última noite numa tenda para alertar para a imigração.

José Manuel Coelho: Neste ponto, o madeirense diz que “o que faz afluir os imigrantes à Europa é a moeda e a qualidade de vida da Europa”, e isso “acontece porque os países africanos são roubados pelas grandes empresas da UE e os países ficam pobres”.

Manuel Carreira: Aqui, o candidato voltou atrás no debate, e defendeu que a Igreja Católica deve continuar a propor o celibato com uma “outra vertente: no momento em que o sacerdote opte por uma forma diferente” poderá continuar a exercer.

Disse ainda estar “muito” preocupado com o tipo de imigrantes que chegam ao país e recordou que o lema do partido é “causas e integração”.

Voltou também a tocar em dois temas trazidos por outros candidatos e referiu que a “ideologia de género interessa a todos” e que se “contentaria” com receber metade do salário, caso chegue ao cargo de eurodeputado. Já a “outra metade” daria aos mais necessitados.

Márcia Henriques: A candidata do RIR foi a última a falar, e destacou que o “o problema da imigração é uma AIMA que não funciona”. Sublinhou também que “as regras são suficientes”, mas que são mal aplicadas.