As caravanas às eleições europeias de 26 de maio tiveram hoje todos os líderes no terreno. O PSD, que contará hoje à noite com a presença do líder, Rui Rio, ao jantar, começou o dia na fronteira com Espanha, em Valença, distrito de Viana do Castelo, numa ação de rua em que apelou ao voto em português, em espanhol e até francês.

Na cidade raiana, Rangel disse que António Costa está "nervoso e obcecado" consigo e com o PSD e lamentou a campanha de "ataques pessoais" com base em "pressupostos falsos", depois de o secretário-geral socialista ter acusado no sábado à noite o cabeça de lista europeu do PSD de ter pedido à Comissão para "pôr Portugal na ordem", tentando impedir a mudança política iniciada no final de 2015.

Na região autónoma da Madeira, António Costa e Pedro Marques tiveram consigo o presidente da Câmara do Funchal, Paulo Cafôfo, apoiando-o na sua ambição de tirar aos sociais-democratas a presidência do Governo Regional, nas regionais que também importam ao PS este ano, transformando o voto num "três em um", nas palavras do secretário-geral socialista.

Para o cabeça de lista do PS, Pedro Marques, "as eleições europeias têm tudo a ver com essa mudança na Madeira", porque o "ciclo de desenvolvimento do passado que os madeirenses estão a pagar de forma tão pesada, está esgotado".

Igualmente no Funchal, a coordenadora do BE, Catarina Martins, e a cabeça de lista, Marisa Matias, alinharam o discurso contra "um assalto" às pensões, através de um PPR europeu, "um negócio à medida do mercado de capitais", para aliviar "a pressão sobre os fundos públicos" e "recuperar o sistema financeiro", de acordo com a eurodeputada e recandidata bloquista.

Bruxelas quer reduzir a Segurança Social "a um sistema de esmolas para pobres, empurrando quem pode para produtos privados e quem não pode para a miséria", defendeu Marisa Matias, questionando: "Querem mesmo ver as vossas pensões nas mãos de banqueiros como Joe Berardo, Ricardo Salgado ou Armando Vara?"

O CDS-PP entrou em modo de campanha para as legislativas de outubro, com o cabeça de lista, Nuno Melo, a insistir que os centristas são "a direita da tolerância", e a líder, Assunção Cristas, a bater na tecla da censura ao Governo, primeiro num almoço em Marco de Canaveses, distrito do Porto, quando pediu um "fortíssimo cartão vermelho", e depois, 110 quilómetros mais a sul, em Aveiro.

Foi o líder do PS e primeiro-ministro que "disse a todo o país que estas eleições eram uma primeira volta das legislativas", afirmou Cristas, e "se António Costa pede um voto "de confiança" nestas eleições, então o CDS pede "uma censura a António Costa".

O cabeça de lista europeu da CDU recuperou hoje o tema da dívida externa portuguesa, defendendo a renegociação de "juros, prazos e montantes", o que, argumentou, "implica assumir simultaneamente a possibilidade de recuperar a soberania monetária".

João Ferreira voltou, assim, a pôr no discurso dos comunistas a "libertação do euro e a recuperação para o controlo público de setores como a banca", ao lado do líder comunista, Jerónimo de Sousa, que antes, em Beja, tinha dramatizado as "batalhas eleitorais" do ano, em que a escolha, disse, é entre "o reforço da CDU" ou manter Portugal "amarrado" às políticas de direita que "impedem a melhoria das condições de vida" dos trabalhadores.