“O partido não alcançou o objetivo que fixou para si próprio, mas aumentou o seu peso eleitoral – fomos em coligação [em 2014] – mas esse aumento não se traduz na eleição de mais um eurodeputado”, afirmou Paulo Rangel, em declarações aos jornalistas, nas quais felicitou o PS pela vitória nas europeias.

O eurodeputado salientou que o partido tinha fixado como primeiro objetivo vencer as eleições, e, se tal não fosse possível, “não apenas subir do patamar de 2014”, objetivo que considerou “atingido”, mas também “garantir mais eurodeputados”.

Há cinco anos, o PSD, em coligação com o CDS-PP, conseguiu 27,7% dos votos, e elegeu seis eurodeputados (mais um para os democratas-cristãos), numa lista também liderada por Paulo Rangel.

Segundo dados oficiais da Secretaria-geral do Ministério da Administração Interna, o Partido Socialista era hoje, pelas 22:25, o partido mais votado nas europeias, com 33,81% dos votos e quatro eurodeputados eleitos, com 3.000 das 3.092 freguesias apuradas e 83 dos 100 consulados.

Em segundo lugar estava, à mesma hora, o Partido Social Democrata, com 22,71% dos votos e dois eurodeputados eleitos.

Paulo Rangel justificou hoje a derrota do partido com a oposição interna e a nacionalização da campanha, defendendo, contudo, que o resultado não põe em causa a direção do PSD.

"Houve uma espécie de OPA [Oferta Pública de Aquisição] nacional, uma nacionalização da campanha tomada pelo primeiro-ministro e eu acho que isso dificultou a passagem da mensagem europeia. Mas, não rejeito as nossas responsabilidades", afirmou.

Paulo Rangel, que entrou sozinho na sala onde vários dirigentes acompanharam a noite eleitoral, num hotel do Porto, sublinhou que o partido fez tudo o que estava ao seu alcance, contudo, a mensagem "não passou como gostariam".

"Nós arrancamos para este desafio em circunstâncias difíceis para os partidos, com a criação de novos partidos na área do PSD, alguma turbulência interna e, a partir dai, definimos um rumo", acrescentou.

O eurodeputado considerou ainda que a campanha foi "difícil" por causa da "nacionalização excessiva" que, no seu entender, perverteu a lógica das eleições europeias que têm uma dimensão nacional, "mas, não ao ponto de as tornar exclusivas como acabou por acontecer designadamente por ação de António Costa".