“Já agora daqui lanço esse repto, é o meu grande comentário a isso, é que em vez de António Costa estar a fazer, como está a fazer, projeções várias sobre comissários nas eleições europeias que são para o Parlamento Europeu, podia pensar seriamente numa pessoa como Carlos Moedas para continuar a obra magnífica na Comissão Europeia”, afirmou.
O candidato falava aos jornalistas à margem de uma iniciativa de campanha eleitoral em Vila do Conde, após instado a comentar a entrevista que o seu mandatário de candidatura, o comissário europeu Carlos Moedas, deu ao DN e à TSF, na qual afirmou que o Executivo PS teve o mérito de "continuar um rumo de credibilidade em relação às contas públicas".
Para Paulo Rangel, as palavras de Carlos Moedas devem ser lidas no plano da “retribuição de cortesia”, uma vez que o atual comissário europeu “tem sido elogiado por todos os partidos”.
Afirmando-se “nada incomodado” perante as palavras de Carlos Moedas em relação ao Governo PS na entrevista, Paulo Rangel considerou que “em rigor não colide” com o que o PSD tem dito sobre a atuação do Governo.
“Nunca dissemos que não havia contas certas, que não estão a ser cumpridas as metas. O que nós dizemos é que o Serviço Nacional de Saúde está em má situação”, disse, acusando o Executivo de ter cortado no investimento público na saúde.
“Nós apresentamos em 2018 números, seja na mortalidade das mães, seja na mortalidade das crianças, números que não tínhamos há 20 anos. Há um custo que estamos a pagar das políticas deste Governo”, disse.
Na entrevista ao DN e à TSF, o comissário europeu da Investigação, Ciência e Inovação assinalou que o Governo PS deu um exemplo “muito bom na Europa” ao conseguir uma mudança de Governo no país e “continuar um rumo de credibilidade em relação às contas públicas”.
Questionado sobre se se manteria como comissário europeu na eventualidade de o atual primeiro-ministro o convidar para continuar no cargo, Carlos Moedas respondeu “não sei”.
“Qualquer que seja a escolha do primeiro-ministro, e ele sabe isso, eu vou respeitá-la”, disse.
Questionado pelos jornalistas sobre um `ranking´ publicado recentemente sobre a produtividade dos eurodeputados, que indica que Paulo Rangel foi um dos deputados que menos produziu em termos legislativos, o candidato sublinhou que em primeiro lugar o seu trabalho “é político”.
“Não há falta de trabalho, há é trabalho a mais”, declarou, considerando natural que, tendo de coordenar 215 eurodeputados do PPE no Parlamento Europeu, entre outras atribuições, o seu trabalho seja mais político e menos legislativo.
Sobre os salários dos eurodeputados, tema de um artigo do jornal Público, Rangel assentiu que “as condições de trabalho dos deputados europeus são francamente boas, tal como as condições remuneratórias”.
(Artigo atualizado às 13:43)
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