No final de uma audiência de cerca de uma hora com o Presidente da República, Rui Rio foi questionado sobre notícias do Público e do Expresso, segundo as quais na reunião de terça-feira à noite com as distritais, o líder do PSD não assumiu responsabilidades próprias pelo resultado das europeias, justificando o resultado com as críticas internas, a campanha agressiva do cabeça de lista, Paulo Rangel, e a comunicação social.
“É evidente que sou líder do partido e, se o partido vai a eleições e tem um dado resultado, bom ou mau, eu tenho uma quota de responsabilidade grande, só se eu tivesse perdido o juízo é que não dizia uma coisa destas”, afirmou Rio.
No entanto, o líder do PSD acrescentou: “Só se eu fosse hipócrita é que dizia que a culpa é toda minha, fica bem dizer, mas não é, é repartida e a minha também lá está”.
Questionado se se arrepende de ter escolhido Paulo Rangel para cabeça de lista do partido, o líder do PSD negou categoricamente.
“Não, de forma nenhuma”, disse.
Sobre a reunião das distritais, o presidente do PSD frisou tratar-se de um encontro fechado, cujas conclusões não foram tornadas públicas, dizendo que o que foi noticiado “é metade verdade, metade mentira”.
Sobre os resultados do PSD, que não chegou ao 22% (o pior do partido em eleições de âmbito nacional), Rio admitiu que “não foram bons”, mas apontou o foco para os do PS.
O presidente do PSD considera que se “gerou uma dinâmica “à volta do resultado do PS”, apontando que os socialistas não subiram muito em relação às eleições de há cinco anos.
“Não quero dizer com isto que o resultado foi bom para o PSD, não foi. Mas uma coisa é não ser bom para o PSD, outra é fazer da vitória do PS uma grande vitória. Não foi, 33% não é uma grande vitória, é também uma vitória por poucochinho”, disse.
“Agora, naturalmente, o líder do PSD que não teve um bom resultado, não está na melhor condição para dizer isto, mas uma vez que me está a fazer pergunta…”, acrescentou.
O líder social-democrata desdramatizou as consequências dos resultados europeus do PSD para outubro, defendendo que as legislativas são eleições com “outras características”.
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