Rui Rio voltou a acompanhar à bateria a música “Conquistador” dos Da Vinci, tal como tinha feito há seis meses, no mesmo espaço, onde funciona um arraial minhoto, com ranchos folclóricos, bandas de música popular e até gigantones.
Depois de um discurso de cerca de 20 minutos, onde quis marcar a diferença para o PS e dizer que apoia a lista do PSD “mas não é o candidato”, Rio foi desafiado pelo animador a ser “o novo baterista” da Quinta da Malafaia
O presidente do PSD acedeu ao pedido e, com ar compenetrado, voltou ao instrumento que tocava numa banda na juventude, e teve até direito a um 'solo', só sorrindo no final, quando foi aplaudido pelas cerca de 2.500 pessoas que enchiam a sala.
No final da ‘atuação’ foi cumprimentando por militantes e alguns até tiveram direito a ‘selfies’ com Rui Rio.
Na sua intervenção política, Rio procurou marcar a diferença entre aquela que tem sido a sua presença na campanha do cabeça de lista do PSD, Paulo Rangel, e a do secretário-geral, António Costa, na do PS.
“Ao contrário dos nossos adversários, nós não queremos esconder Paulo Rangel. Pelo contrário, queremos mostrá-lo bem para que possam votar nele. Escolhemos uma lista para mostrar e para ser votada e não para esconder. O presidente do PSD está com a lista, apoia a lista, mas não é o candidato”, frisou.
Rio juntou-se hoje pela terceira vez à campanha de Paulo Rangel, a segunda no período oficial: primeiro, no domingo à noite (que o PSD considerou o seu arranque oficial de campanha) num jantar em Penafiel, e depois na quarta-feira, em eventos com as Mulheres Sociais-Democratas e a Juventude Social-Democrata, estando previsto a partir de terça-feira uma presença diária até ao final.
Rui Rio acusou ainda o PS de “puxar para trás” em áreas como a saúde, a proteção civil e a economia, e defendeu que só o voto nos sociais-democratas pode “puxar para a frente”.
O presidente do PSD considerou “decisivo” para o resultado eleitoral do próximo domingo que a abstenção desça.
“Nas últimas europeias votaram menos de um terço dos eleitores: em cada dez pessoas que encontrámos na rua, só três votaram”, alertou.
O líder social-democrata voltou a apontar falhas nos serviços públicos e a acusar o PS de sobrecarregar os portugueses com “a maior carga fiscal de sempre”.
“Lembramo-nos quando o ministro Vítor Gaspar disse que íamos ter um brutal aumento de impostos. Hoje quase que teríamos saudades desse brutal aumento de impostos, porque os portugueses nunca pagaram tantos impostos como na governação socialista”, acusou.
No Minho, Rui Rio voltou ao tema dos passes sociais, denunciando graves problemas na oferta dos transportes na Margem Sul de Lisboa e na ligação urbana entre Sintra e a capital.
“Se a ideia era pôr mais portugueses a andar de transportes públicos porque passaram a ser mais baratos – e a ideia é uma boa ideia – o gato estava escondido com o rabo de fora, porque não melhoraram a oferta: as pessoas pagam passes mais baratos, mas não têm condições para serem transportadas”, criticou.
O maior assobio da sala chegou quando Rio se referiu às nomeações de familiares pelo Governo para o executivo e para o aparelho do Estado.
“Temos de hoje a oito dias a oportunidade de mostrar ao PS que os portugueses não estão de acordo, não podem apoiar um Governo que utiliza o poder para meter familiares e amigos do PS por tudo o que é administração pública em Portugal”, apontou.
Recuperando a máxima de Sá Carneiro – primeiro Portugal, depois o PSD e depois os interesses pessoais -, Rio acusou o PS de dizer o contrário: “Primeiro a família, depois o PS e depois Portugal”.
“Temos de dizer que não aceitamos isto. Estou seguro que o resultado de hoje a oito dias vai premiar tudo aquilo que fizemos e queremos fazer pelo país”, afirmou.
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