"Tivemos uma discussão muito viva sobre a questão da eutanásia. Direi mesmo que foi o único tema e foi suficiente porque houve inúmeras intervenções, todas ou a maioria no sentido de votar contra os diplomas da eutanásia", afirmou Fernando Negrão, no parlamento.

O deputado social-democrata vincou tratar-se de "uma questão de consciência", havendo por isso liberdade de voto, e encarou com normalidade o facto de o próprio ser contra os diplomas em causa e o presidente do partido, Rui Rio, ser favorável aos mesmos.

"Falámos também da questão política em si porque tudo o que diz respeito a diplomas de natureza legal tem uma natureza política. Terça-feira teremos o debate, as votações. O PSD dá liberdade de voto aos deputados por considerar esta uma matéria de consciência e cada um terá oportunidade de afirmar a sua posição individual", continuou.

Segundo Negrão, os diversos parlamentares do PSD falaram sobre "pontos de vista muito diversificados - médico, ético, jurídico e até do ponto de vista de algumas confissões religiosas".

"Naturalmente, em questões de consciência, não podemos andar atrás dos deputados a perguntar se votam a favor ou contra. Em termos de votação, num número expressivo, votarão contra as iniciativas da eutanásia", estimou.

Sobre um eventual adiamento da votação dos diplomas, para discussão na especialidade, o líder parlamentar social-democrata manifestou "algumas dúvidas", mas reconheceu que "essa possibilidade existe sempre" e, "no parlamento, essas coisas, por norma, decidem-se quase em cima da hora da votação".

"O presidente do partido, convictamente, tem a sua posição. Eu, presidente do grupo parlamentar, tenho a minha posição, contrária ao presidente do partido. É uma questão de consciência, há liberdade de voto e foi dada, em primeiro lugar, pelo presidente do partido", assumiu.

Os projetos de lei sobre a eutanásia, de PAN, BE, PS e PEV, vão a debate e votação nominal na sessão plenária de terça-feira, registando-se também liberdade de voto na bancada socialista

As iniciativas legislativas têm garantidos os votos do PAN, BE e PEV (22), a que se somará grande parte da bancada do PS, que tem 86 deputados.

Nas contas feitas à Lusa por deputados de vários partidos, haverá vários votos desalinhados na bancada 'rosa', entre eles o de Ascenso Simões.

No PSD, com 89 deputados, determinante nesta votação, há vários parlamentares que já disseram ser a favor da morte medicamente assistida - Paula Teixeira da Cruz, Teresa Leal Coelho e Margarida Balseiro Lopes.

[Notícia atualizada às 14:24]

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.