O ex-presidente e agora presidente honorário da AI Turquia, Taner Kiliç, foi condenado a seis anos e três meses de prisão por “pertencer a um grupo terrorista”, enquanto Idil Eser, antiga diretora-executiva da AI Turquia, foi condenada a dois anos e um mês de prisão por “ajudar uma organização terrorista”, indicou a ONG, citada pelas agências internacionais.
Taner Kiliç e Idil Eser integram um grupo de 11 ativistas e defensores de direitos humanos que foram acusados pela justiça turca de terrorismo.
Hoje, e segundo informou na quinta-feira a AI, decorreu em Istambul a última audiência do julgamento destes ativistas, um processo que foi iniciado há três anos.
Outros dois ativistas foram condenados com a mesma pena de Idil Eser, enquanto os restantes sete, incluindo um cidadão alemão e outro sueco, foram absolvidos, informou hoje a AI, através da rede social Twitter.
“É escandaloso. Acusações absurdas. Nenhuma prova”, reagiu Andrew Gardner, investigador para a AI Turquia, também na rede social Twitter.
“Não desistiremos até que todos sejam absolvidos”, acrescentou.
Taner Kiliç foi detido em 06 de junho de 2017 e, três dias depois, era-lhe decretada prisão preventiva com base em acusações de alegadas ligações ao movimento Gulen, movimento associado ao clérigo islâmico Fethullah Gulen, exilado nos Estados Unidos e que Ancara acusa de organizar o golpe falhado de 2016.
Após mais de 14 meses na prisão, Taner Kiliç foi libertado sob fiança, em agosto de 2018.
Em 05 de julho de 2017, a então diretora-executiva da AI Turquia, Idil Eser, foi detida, juntamente com outros nove defensores de direitos humanos e peritos em segurança e informação digital, durante um ‘workshop’ que decorria em Büyükada, na província de Istambul.
Na quinta-feira, a AI defendeu que, ao longo das audiências do julgamento, as acusações feitas contra todos os arguidos “foram repetidamente e categoricamente refutadas, inclusivamente através de provas providenciadas pelo próprio Estado”.
“A acusação fracassou repetidamente na apresentação de quaisquer provas que substanciassem as alegações feitas, que procuravam transformar atividades legítimas de defesa dos direitos humanos em atos ilegais ligados a terrorismo”, afirmou, na quinta-feira, a ONG, defendendo que “só a absolvição garante justiça”.
Ainda na quinta-feira, a AI recordou que outros milhares de pessoas, que também “têm sido vítimas da profunda e abrangente repressão da dissidência da Turquia”, permanecem atualmente detidas em prisões turcas.
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