“Não haverá cessar-fogo”, mas “pausas táticas locais para a ajuda humanitária, limitadas no tempo e na área, quatro horas” por dia, disse o porta-voz do exército israelita, Richard Hetch, numa conferência de imprensa, depois de os EUA terem anunciado que Israel tinha concordado em permitir “pausas humanitárias” diárias no norte de Gaza, para que os civis possam sair para o sul.
Esses corredores foram criados nos últimos dias para permitir a saída dos habitantes de Gaza da zona norte e da cidade de Gaza para o sul do enclave, enquanto prosseguem os combates entre as milícias do grupo islamita Hamas e as tropas israelitas, bem como os fortes bombardeamentos.
As forças israelitas têm aprofundado a incursão na cidade de Gaza, visando o coração militar do grupo islamita, perto do hospital al Shifa, o principal centro médico de Gaza, onde têm “forças de infantaria, veículos blindados e engenheiros de combate” com o apoio da força aérea e de unidades de elite.
Nos últimos dias de combate, Israel diz ter destruído também “infraestruturas terroristas, incluindo uma extensa rede de túneis subterrâneos”, fábricas de produção de mísseis anti-tanque e locais de lançamento de ‘rockets’.
De acordo com Hetch, “os combates continuam acima e abaixo do solo, onde há veículos a aceder com equipamento militar para lidar com os túneis” no centro da cidade de Gaza, onde Israel alega que o Hamas tem o seu maior esconderijo militar, sob e à volta do Hospital al Shifa.
Este local, disse, “é um importante reduto no centro da cidade de Gaza”, e perto do centro médico “há batalhas muito intensas” para quebrar “a rede de túneis subterrâneos do Hamas”.
O porta-voz do exército israelita afirmou ainda que Israel está a autorizar a entrada de mais ajuda humanitária do Egito em Gaza, embora o combustível, essencial para a produção de eletricidade no enclave, continue a não estar disponível, o que faz com que muitos dos hospitais não funcionem ou funcionem em condições mínimas.
Entretanto, as autoridades israelitas reiteram que não vão parar a sua ofensiva até à libertação dos cerca de 240 reféns feitos pelas milícias em Gaza.
O grupo islamita Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, em bombardeamentos e incursões terrestres na Faixa de Gaza, e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.
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