Os combates regressaram numa altura em que o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergueï Lavrov, previu que a “resistência” dos últimos rebeldes em Alepo durará mais “dois ou três dias”, antes do fim dos mais de quatro anos de rebelião na segunda maior cidade síria.
“Espero que a situação seja regularizada em dois ou três dias… Os combatentes vão cessar a sua resistência daqui a dois ou três dias”, declarou Lavrov no decorrer de um fórum diplomático, citado pelas agências de notícias russas.
Na madrugada de hoje deveria ter começado a retirada de civis e rebeldes de Alepo, mas ao início da manhã as agências noticiavam que estava atrasada várias horas.
Imagens transmitidas por televisões mostram, no entanto, que os autocarros que deveriam transportar quem quisesse para fora da cidade estão parados juntos aos pontos de evacuação.
Também um repórter da AFP testemunhou no local que a retirada de rebeldes e civis de Alepo ainda não começou, sendo que estava prevista para as 5:00 locais (3:00 em Lisboa), segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
A ONU informou esta terça-feira que as forças que apoiam o regime sírio terão executado pelo menos 82 civis, incluindo 11 mulheres e 13 crianças, “provavelmente nas últimas 48 horas” em quatro bairros do leste de Alepo que recuperaram aos rebeldes.
A ONU exigiu entretanto acesso ilimitado à zona oriental da cidade síria de Alepo para verificar o alegado fim das operações militares e a retirada dos combatentes da oposição e de civis. No entanto, o enviado das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura, disse à imprensa que ainda não recebeu autorização, noticia a agência Efe.
Retirada de civis e combatentes de Alepo atrasada
A retirada de civis e rebeldes da cidade síria de Alepo deveria ter começado durante a madrugada mas está atrasada várias horas, noticiam as agências de notícias AFP e AP e meios de comunicação social locais.
Um acordo para a retirada de civis e de combatentes insurgentes da cidade de Alepo foi alcançado na terça-feira com o Governo de Damasco, anunciaram responsáveis rebeldes e o embaixador russo junto das Nações Unidas, Vitali Tchourkine.
Horas antes, o Conselho de Segurança das Nações Unidas anunciou que iria reunir-se de urgência em resposta à situação em Alepo, após relatos de que as forças pró-sírias executaram dezenas de civis naquela cidade devastada por combates. A reunião de urgência foi solicitada por Paris e Londres.
Os termos do acordo foram concluídos “sob a liderança da Rússia e da Turquia”, aliados do regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, e da rebelião síria, respetivamente, indicou, em declarações à agência noticiosa francesa AFP, Yasser al-Youssef, um responsável da estrutura política do influente grupo rebelde Harakat Nour Din al-Zenki.
“Poderá entrar em vigor nas próximas horas”, precisou o representante, acrescentando que o plano prevê, numa primeira etapa, a retirada de feridos e de civis, seguindo-se os combatentes com as respetivas armas ligeiras.
“Aqueles que partirem poderão ir para a zona oeste da província de Alepo ou para a província (vizinha) de Idleb (noroeste)”, áreas controladas pelas forças rebeldes, concluiu.
Horas depois do anúncio do acordo, os combates na zona leste da cidade terminaram, anunciou o embaixador russo junto das Nações Unidas.
“Os combates à volta de Alepo-leste terminaram”, afirmou o diplomata, acrescentando que “os combatentes rebeldes começaram a partir” e que, na sequência desta retirada, “as operações militares pararam”.
A ONU informou na terça-feira que as forças que apoiam o regime sírio terão executado pelo menos 82 civis, incluindo 11 mulheres e 13 crianças, “provavelmente nas últimas 48 horas” em quatro bairros do leste de Alepo que recuperaram aos rebeldes.
As forças governamentais sírias, apoiadas pelas forças aliadas russas, lançaram há três semanas uma ofensiva para recuperar a zona leste de Alepo, um bastião rebelde desde 2012.
Dos 275.000 civis que se estimava viverem em Alepo (a segunda maior cidade síria) quando foi lançada a ofensiva, cerca de 70.000 fugiu nos últimos dias, na sua maioria para centros de deslocados montados pelo governo na parte oeste da cidade.
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