A AfD tem vindo a cair nas sondagens, de expressivos 20% em março para entre 14% a 17% agora. Um mau indicador para o partido que teme perder também as três eleições regionais que se celebram no outono deste ano, na Alemanha, e para as quais era o favorito.

Os líderes Alice Weidel e Tino Chrupalla, que assentam a campanha em temas de política interna, continuam a apostar nas críticas ferozes ao governo de coligação: “o nosso país primeiro” é o slogan de campanha.

A AfD afastou o seu cabeça de lista, Maximilian Krah, a 22 de maio, proibindo qualquer aparição pública, após este declarar numa entrevista que era incorreto apelidar de “criminosos” todos os elementos da antiga organização paramilitar nazi SS (Schutzstaffel), o que levou à expulsão do partido do ID.

O número dois da lista de candidatos da AfD às eleições europeias de 09 de junho, Petr Bystron, está a ser alvo de investigações devido a ligações a redes pró-Rússia. Jian Guo, assessor de longa data de Krah, está sob custódia por suspeita de espionagem para a China.

A contribuir para a perda de apoio, está a classificação do partido, confirmada pelo tribunal, como caso suspeito de extremismo de direita. A condenação por vários crimes de três deputados da AfD que continuam no parlamento, e as suspeitas que recaem em mais de uma dezena, também suscitaram indignação.

Apesar dos escândalos, a posição da AfD perante a política migratória, defendendo a limitação do número de estrangeiros e refugiados, continua a prender o eleitorado fiel. O descontentamento com as políticas do governo, liderado pelo chanceler Olaf Scholz, também ajuda a que, para já, a Alternativa para a Alemanha ainda segure o segundo lugar. O resultado que a força populista de direita obteve em 2019 foi de 11%.

A primeira posição nas sondagens é ocupada pela União Democrata-cristã (CDU), partido da antiga chanceler Angela Merkel e que tem, como “spitzenkandidatin”, a figura mais conhecida na Alemanha a apresentar-se a esta corrida, Ursula von der Leyen.

A CDU, coligada com a CSU, partido irmão na Baviera, obtém entre 29 e 30% dos resultados, um crescimento que não deve chegar a 1 ponto comparado com as últimas europeias.

Os partidos da coligação “semáforo” que formam o governo são todos penalizados. Segundo um estudo, divulgado pela ARD e realizado entre 27 e 29 de maio, cerca de 74% dos alemães dizem estar menos satisfeitos ou nada satisfeitos com o trabalho do executivo.

Os Verdes são os que mais perdem em relação a 2019, quando alcançaram 20,5% dos votos. Agora, de acordo com as sondagens, devem ficar entre os 13 e os 15%.

O Partido Social Democrata alemão (SPD), do chanceler Olaf Scholz, deverá obter entre 14 e 15%, uma queda de 1,7 pontos em relação a 2019.

Num outro estudo, apresentado pelo instituto infratest-dimap, quatro em dez eleitores alemães assume não ter qualquer interesse nas eleições de 09 de junho. Um em cada seis não afasta a hipótese de ainda vir a mudar a sua intenção de voto.

Quando questionados sobre os aspetos políticos mais importantes na altura de decidir o voto, os mencionados com maior frequência são a paz, políticas sociais e imigração.

Segundo o mesmo estudo, levado a cabo no final de maio, apenas quatros em dez alemães defendem que a adesão à UE traz principalmente vantagens para a Alemanha.

A Alemanha elege 96 do total de 720 representantes da União Europeia. De acordo com estimativas do Serviço Federal de Estatística, 64,9 milhões de pessoas são elegíveis para votar na Alemanha, entre os quais 60,9 milhões de alemães e 4,1 milhões de cidadãos da UE. Pela primeira vez na Alemanha, os jovens de 16 e 17 anos vão poder votar.