“O PCP, face à situação e ao quadro político, aponta a necessidade de uma intervenção centrada na defesa dos interesses e direitos dos trabalhadores e do povo, e na exigência de soluções para o país, da dinamização da luta de massas e do esclarecimento, intervenção e mobilização política”, disse Jerónimo de Sousa, em conferência de imprensa para apresentação das conclusões da reunião do Comité Central, realizada na terça-feira, na sede do partido, em Lisboa.

O dirigente comunista insistiu que a maioria absoluta do PS e a “quebra eleitoral com significativa perda de deputados” da CDU são fruto de uma “extrema promoção da bipolarização e da dramatização do perigo da direita”, as mesmas expressões que utilizou na noite das eleições.

O membro da Comissão Política do Comité Central do PCP considerou que o país “não está condenado às injustiças, às desigualdades, ao retrocesso” económico-social, por isso, apelou à mobilização nas várias iniciativas do partido a partir do próximo sábado e enfatizou a “particular importância” do comício previsto para 06 de março, no Campo Pequeno (Lisboa).

Ladeado pelos dirigentes comunistas Seyne Torres e Eugénio Pinto, o secretário-geral do PCP disse também que ainda não tinha conversado com o secretário-geral do PS, António Costa, e pela primeira vez em várias semanas a palavra “convergência” esteve ausente do discurso que fez.

“Como diz o nosso povo: Casamento e batizados, não vá sem ser convidado”, prosseguiu, acrescentando que o partido vai continuar a fazer “boa cara ao mau tempo”.

Sobre a convergência, Jerónimo de Sousa disse que o PCP está disponível para dialogar com o PS, mas apenas mediante resposta aos problemas do país, na ótica dos comunistas, como, por exemplo, a valorização dos salários, carreiras, reformas e pensões, o reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em equipamentos e profissionais – com respetivo aumento dos fatores de atratividade – ou o aumento de habitação pública.