Marielle Franco, uma mulher, negra, homossexual e vinda de uma favela do Rio de Janeiro que se destacou pela sua enérgica atuação em defesa das minorias, foi assassinada a tiros em 14 de março de 2019 junto com o condutor do seu veículo, Anderson Gomes, depois de ter participado numa reunião política no centro da cidade.
Embora os responsáveis pela investigação já tenham detido dois ex-polícias acusados de ter sido os autores materiais do homicídio, até agora ainda não foi esclarecido quem ordenou o crime e por que motivo, duas perguntas que os familiares, amigos e correligionários da vereadora voltaram a fazer hoje.
“Quem mandou matar a minha irmã? Qual foi o motivo desse crime? Três anos é muito tempo sem respostas, mas pouco tempo para defender a sua memória e o seu legado”, afirmou numa mensagem nas redes sociais Anielle Franco, irmã da ativista e que preside o Instituto Marielle Franco, criado precisamente para seguir as iniciativas da vereadora em defesa das minorias.
“Há três anos que a pergunta é a mesma. Porque é que continuamos sem resposta de quem mandou mater Marielle? Ella vive em todos os que lutam contra esse sistema que oprime e mata”, afirmou, também nas redes sociais, o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que esta semana voltou ao palco político, depois do Supremo Tribunal ter anulado as suas condenações por corrupção.
“São três anos sem respostas. Não sabemos quem mandou matar nem porquê. É um crime que revela a vulnerabilidade da nossa democracia e expõe a frágil proteção oferecida aos defensores dos direitos humanos”, salientou Fernanda Chaves, que era sua assessora de imprensa e sobreviveu ao ataque ao veículo da vereadora.
A arquiteta Mónia Benicio, viúva de Marielle e eleita em 2018 para seguir as lutas na câmara municipal do Rio de Janeiro, afirmou que os responsáveis por defender o legado de quem foi uma das legisladoras mais votadas no Brasil em 2016 continuarão “a trabalhar para que ninguém a esqueça e para que isso nunca se repita”.
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