Desde as primeiras horas de hoje, defronte do estabelecimento prisional, localizado no distrito urbano do Rangel, arredores de Luanda, a agência Lusa constatou o encontro demorado da mãe, Filomena de Sousa “Necas”, e da tia de “Zenu”, como é conhecido localmente o filho de José Eduardo dos Santos, bem como a os seus advogados.
Confrontada pelos jornalistas à saída da cadeia, e em breves palavras, a tia de “Zenu” disse apenas que todos estão a “rezar” pelo ex-presidente do conselho de administração do Fundo Soberano de Angola (FSDEA).
José Filomeno dos Santos está em prisão preventiva desde segunda-feira, suspeito pela gestão do FSDEA, entre 2012 e 2018.
Nomeado para o cargo pelo pai, então chefe de Estado angolano, José Filomeno dos Santos foi exonerado do cargo pelo atual Presidente, João Lourenço, em janeiro deste ano.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR) angolana, o filho varão de José Eduardo dos Santos é visado num processo-crime ainda em fase de instrução, relacionado com atos de má gestão do Fundo, em que é também arguido o empresário suíço-angolano Jean-Claude Bastos de Morais, seu sócio em vários negócios, e que está igualmente em prisão preventiva, neste caso na cadeia de Viana.
Segundo a PGR, da prova recolhida nos autos resultam indícios de que os arguidos incorreram na prática de vários crimes, entre eles o de associação criminosa, recebimento indevido de vantagem, corrupção, participação económica em negócio, puníveis na Lei sobre a Criminalização das Infrações Subjacentes ao Branqueamento de Capitais e os crimes de peculato, burla por defraudação, entre outros.
Detido preventivamente também naquela unidade penitencial, mas desde sexta-feira, está igualmente o ex-ministro dos Transportes angolano, Augusto da Silva Tomás, indiciado nos crimes de corrupção e desvios de fundos do Conselho Nacional de Carregadores (CNC).
Familiares e amigos voltaram hoje a visitar o ex-governante angolano e em curtas palavras aos jornalistas, um dos irmãos, Horácio Júnior, garantiu apenas que Augusto da Silva Tomás “está bem”.
De acordo com a PGR de Angola no processo do antigo ministro angolano está igualmente indiciado e detido preventivamente, desde segunda-feira, no Hospital Prisão São Paulo, Rui Manuel Moita, ex-diretor-geral adjunto para a Área Técnica do CNC.
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