“Esgotou-se a paciência, a partir de agora vamos lutar”, indicou hoje o Fórum das Famílias dos Reféns e Desaparecidos – 224 pessoas, segundo o Exército israelita, capturadas a 7 de outubro pelos combatentes do grupo islamita palestiniano Hamas, durante o seu ataque ao sul de Israel que fez mais de 1.400 mortos, na maioria civis, e cerca de 5.000 feridos.
De acordo com o Exército, as 224 famílias foram contactadas para serem informadas de que os seus familiares tinham sido feitos reféns.
“Exigimos que o Governo fale connosco esta noite e nos diga como tenciona trazê-los de volta hoje. Estamos a intensificar a luta, já não estamos à espera de que alguém nos lidere, estamos a liderar a luta”, disse Meirav Leshem Gonen, mãe de Romi Gonen.
“Há 20 dias que o Governo está em silêncio, estamos a fazer tudo sozinhos”, lamentou Eyal Sheni, pai de Roni Sheni, um soldado de 19 anos que se desconhece se foi feito refém ou está desaparecido.
“Só vos peço uma coisa: mexam esses traseiros, ajudem-nos e assumam as vossas responsabilidades”, acrescentou.
O braço armado do Hamas, as Brigadas de Al-Qassem, anunciou hoje que cerca de 50 reféns israelitas foram mortos pelos bombardeamentos diários da retaliação israelita ao ataque de 7 de outubro, que fizeram, até agora, pelo menos 7.028 mortos e 18.484 feridos, segundo dados do Ministério da Saúde local.
“As Brigadas de Al-Qassem calculam que o número de reféns sionistas mortos na Faixa de Gaza por causa dos bombardeamentos e dos massacres sionistas tenha alcançado perto de 50”, indicaram, na plataforma digital Telegram – uma declaração que não foi possível verificar junto de fontes independentes.
O Hamas, que utiliza o termo “sionistas” para designar os israelitas, tinha a 16 de outubro dado conta de 22 reféns mortos.
Nos últimos dias, o movimento islamita palestiniano libertou quatro reféns: Judith e Natalie Raanan, mãe e filha com nacionalidade norte-americana, na sexta-feira passada; e as idosas israelitas Yochved Lifshitz e Nurit Cooper, na segunda-feira.
De uma forma inédita e híbrida, uma plataforma de “milhares de voluntários”, que reúne especialistas da sociedade civil e reservistas da célebre unidade de serviços secretos 8200, está a ajudar a identificar e localizar os reféns, num quartel-general conjunto.
As famílias, por seu lado, agruparam-se num “Fórum das Famílias dos Reféns e Desaparecidos” e estão a mobilizar os seus próprios recursos, incluindo diplomáticos.
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