O presidente da Comissão Distrital da Proteção Civil do Porto e presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, disse hoje à Lusa que não reportar as ocorrências ao CDOS pode significar "perda de receita" para os corpos de bombeiros.

Em declarações à Lusa, José Miranda diz que as declarações de Marco Martins podem ser “entendidas como ameaças veladas” e espera que haja “bom senso”, porque a luta dos bombeiros é em prol de “melhores condições de socorro para as populações”.

“São ameaças veladas. Esta luta não é para nós, é para oferecer melhor socorro às populações. Todas as ocorrências são registadas por cada corpo de bombeiros, onde todos os relatórios são lançados. Só que neste caso não se transmitem ao CDOS”, explicou José Miranda.

O Conselho Nacional da Liga dos Bombeiros Voluntários aprovou no sábado "por unanimidade e aclamação de pé" suspender toda a informação operacional aos CDOS)a partir das 00:00 de domingo.

Segundo o presidente da Federação dos Bombeiros do Porto existem dois tipos de seguros. Há seguro para acidentes pessoais para os bombeiros profissionais e o “seguro nacional que é da responsabilidade das câmaras municipais”.

No que diz respeito aos acidentes de viaturas, quem assume as responsabilidades são as próprias corporações.

Com o protesto em curso para que os bombeiros se escusem a reportar as ocorrências ao CDOS, José Miranda explica que o que os corpos de bombeiros vão perder é o “dinheiro do subsídio de combustível dado pelo Estado”.

A percentagem de corporações de bombeiros no distrito do Porto a suspender a comunicação operacional aos Comandos Distritais de Operações de Socorro (CDOS) aumentou para 75% ao início da tarde de hoje, informou o presidente da Federação de Bombeiros do Porto.

José Miranda avançou que o número das corporações que aderiram à não divulgação de dados ao CDOS situa-se nas 36, correspondendo a 75% do total das corporações no distrito (47).

A Liga dos Bombeiros Portugueses reivindica uma direção de bombeiros autónoma independente e com orçamento próprio, que diminua os custos e aumente a eficácia, um comando autónomo e o cartão social do bombeiro.

A Liga dos Bombeiros Portugueses tem, no total, 470 associados, distribuídos por corporações de voluntários (435), municipais (19), privativos (9), batalhão de sapadores bombeiros (1), companhias de sapadores bombeiros (5) e regimento de sapadores bombeiros (1) distribuídos por todos os distritos do Continente e Ilhas.