“[A manifestação] é um protesto contra o Governo pelo desrespeito que demonstrou pelos professores e um apelo à Assembleia da República e aos partidos no sentido de eles convergirem numa solução para a recuperação integral do tempo de serviço. Os olhos estão agora todos postos na Assembleia”, afirmou Mário Nogueira, à margem de um plenário distrital de educadores e professores, no Porto.
Avisando que vai ser uma “grande manifestação”, o dirigente sindical garantiu que os professores não vão desistir e irão dar o “tudo ou nada” nesta matéria, porque é uma questão de justiça e porque sentem “indignação e uma grande revolta” por o Governo ter aprovado um decreto-lei que “apaga” seis anos e meio de trabalho.
Contudo, Mário Nogueira assumiu que estes profissionais têm uma “grande expectativa e esperança” que o problema possa ser finalmente resolvido na Assembleia da República, através da apreciação parlamentar, dado vários partidos já se terem manifestado favoráveis à contagem integral do tempo de serviço.
“As pessoas sabem que só o PS não é favorável à recuperação de todo o tempo”, frisou.
O grande desafio é que os partidos políticos encontrem uma solução convergente financeiramente sustentável, considerou o secretário-geral da Fenprof.
Se a Assembleia da República não resolver a situação, a “frustração” dos professores será “enorme” porque a esperança está toda concentrada nela, afirmou.
Mário Nogueira contou que a haver convergência não será “algo inédito”, mas um momento de justiça e de demonstrar que “há apenas um partido no país que desconsidera os professores que é o partido do Governo”.
Além da recuperação do tempo de serviço, o secretário-geral da Fenprof recordou estarem em causa mais três questões, nomeadamente a aposentação, os horários e a precariedade na área.
“Vai ser um bom recado ao Governo, ao futuro governo e aos partidos em ano de eleições”, entendeu.
Em dezembro do ano passado, e depois de falharem as negociações com os sindicatos dos professores, o Governo aprovou a recuperação de dois anos, nove meses e 18 dias do tempo congelado, contra a reivindicação de nove anos, quatro meses e dois dias.
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