“A Fenprof demarca-se, mais uma vez, desta divulgação, denunciando a forma abusiva como as escolas são catalogadas como ‘boas’ e ‘más’, ‘melhores’ e ‘piores’, em função do lugar relativo que ocupam no ranking. Invariavelmente as escolas que ocupam os primeiros lugares são escolas privadas que selecionam os seus alunos, trabalhando assim com grupos mais homogéneos do que os das escolas públicas, o que favorece a obtenção de médias de classificação mais elevadas”, lê-se no comunicado da Federação Nacional dos Professores (Fenprof).

Para a federação sindical os ‘rankings’ das escolas são “um exercício manipulativo, que visa fundamentalmente passar para a opinião pública a ideia, errada, de que o ensino privado tem mais qualidade do que o público”.

A Fenprof defende que nem a inclusão de novos indicadores nos dados disponibilizados pelo Ministério da Educação, que permitem ter uma ideia da progressão dos resultados dos alunos, do resultado esperado face ao contexto em que se inserem, e a caracterização socioeconómica permitem avaliar de forma realista o trabalho das escolas e dos alunos.

“Estes novos indicadores estão muito longe de traduzir a complexidade da realidade ou de conferir à divulgação destes rankings credibilidade ou legitimidade como instrumentos de suposta avaliação das escolas”, defendeu a Fenprof.

Do ponto de vista dos professores, acrescenta a federação, “estas ordenações de escolas são redutoras, injustas e perversas”.

“A Fenprof considera ainda que a entrega prévia das classificações dos alunos à comunicação social com reserva à sua divulgação até um determinado dia favorece o espetáculo mediático a que temos assistido e impede outros (as escolas, outras instituições, a comunidade científica...) de atempadamente se debruçarem sobre esses mesmos dados, sem os constrangimentos de uma divulgação intempestiva de rankings e de toda a demagogia que habitualmente os acompanha”, conclui o comunicado.