Fernando Medina esteve ontem presente no jornal da noite da RTP, onde acabou por fazer algumas críticas face à forma como se está a lidar com a pandemia na região de Lisboa. Segundo o jornal Expresso, uma das críticas apontadas pelo autarca referiu-se ao facto de não se estarem a realizar inquéritos epidemiológicos ao fim de semana. “Não acho que seja normal haver interrupções de inquéritos epidemiológicos ao fim de semana. O vírus não tira fins de semana, feriados. Não descansa”, afirmou.

As falhas nos dados disponíveis também foi outra das críticas feitas por Medina. O autarca afirmou que, embora tenham identificado casos em jovens e trabalhadores temporários, os números são os mesmos “há três ou quatro semanas”, para outros segmentos da população. “Todos os dias estamos a ouvir declarações que não têm uma base, que depois vemos desmentidas”, acrescentou.

Para resolver este problema, Medina, citado pelo Expresso, explicou que “é preciso um exército maior na saúde pública”, assim como um “grande sentido de urgência na concentração de recursos”. “É preciso fazer mais e mais rápido do que estamos a fazer agora”, declarou.

Quando questionado sobre a hipótese de implementar uma cerca sanitária em Lisboa, como foi feito em Ovar, Fernando Medina disse que “não é um instrumento adequado”, porque a Área Metropolitana de Lisboa se trata de “uma área que se espalha por vários municípios, que tem quase um milhão de pessoas no conjunto das 19 freguesias, que estão profundamente ligadas”. Segundo o autarca, “o instrumento adequado é testar mais rápido”.

No que diz respeito às críticas que lhe foram feitas, depois de, no passado dia 29 de junho, ter dito no espaço de comentário da TVI que “com maus chefes e pouco exército” não é possível vencer a pandemia, Fernando Medina sublinhou que foi “muito claro sobre aquilo que disse”. “O alerta que eu deixei foi muito preciso (…) Precisamos de ter um exército maior, que tem vindo a ser reforçado, mas tem de ser ainda mais para lidarmos com esta fase e prevenirmos”, concluiu.

No dia 1 de julho, Portugal passou a andar a três velocidades, com medidas mais restritivas para a Área Metropolitana de Lisboa, uma vez que a região de Lisboa e Vale do Tejo é a mais afetada no país pelo novo coronavírus, contando com 19.656 casos confirmados e 480 óbitos.