A posição de Ferro Rodrigues foi transmitida aos líderes parlamentares, em conferência extraordinária convocada para discutir este tema e a polémica com presenças falsas registadas em sessões plenárias por alguns deputados.

Para Ferro Rodrigues "é de toda a conveniência a atualização e ajuste de alguns dos procedimentos e conceitos", tal "como recomenda o Tribunal de Contas no parecer sobre a Conta da Assembleia da República, agora distribuído, na sequência dos pareceres da Subcomissão de Ética e do Conselho de Administração".

"Esta proposta merece a minha concordância, considerando que as alterações à resolução da Assembleia da República n.º 57/2004 devem ser realizadas com a máxima urgência de modo a que a sua entrada em vigor ocorra ainda na presente legislatura", afirmou o presidente do parlamento sobre "a criação de um grupo de trabalho com vista a estudar e a recomendar as alterações" ao referido texto.

Segundo Ferro Rodrigues, "verifica-se que os procedimentos seguidos para a atribuição das ajudas de custo e para o pagamento das despesas dos deputados cumprem integralmente o disposto na lei e na resolução da Assembleia da República n.º 57/2004, de 06 de agosto".

"Não se verificam, portanto, quaisquer ilegalidades. Reitero, pois, o entendimento que anteriormente exprimi", afirmou o presidente da Assembleia da República aos líderes parlamentares, lamentando que o Conselho de Administração "só agora" tenha respondido a um assunto que lhe fora remetido em maio e cuja necessidade de resposta foi reforçada em setembro, embora ressalvando ter-se tratado de um esforço de procura de consenso.

Em causa está a duplicação de apoios estatais ao transporte entre o continente e as ilhas aos deputados, além de outras práticas no reembolso de despesas por viagens e deslocações.

Alguns parlamentares terão beneficiado do subsídio atribuído pelo parlamento, de cerca de 500 euros semanais, e, simultaneamente, do desconto para residentes naquelas regiões, que reduzem substancialmente o preço dos bilhetes.

O caso levou a subcomissão parlamentar de ética a aprovar, por unanimidade, um parecer que propõe uma alteração à tal resolução parlamentar que regula os apoios, fixando-os em 500 euros semanais, com os valores estabelecidos para o subsídio de mobilidade do qual qualquer residente insular pode ser reembolsado.