A lista de contactos de utentes facultada pela Saúde à Câmara de Cascais, na semana passada, para o agendamento da toma da vacina incluía uma pessoa que faleceu há 20 anos, idosos já vacinados residentes em lares ou emigrantes, noticia o Jornal de Notícias esta quinta-feira.
Perante a situação, Roque da Cunha, do Sindicato Independente dos Médicos, e Diogo Urjais, da Associação de Unidades de Saúde Familiar, pedem ao Governo a atualização dos contactos dos utentes.
Cascais acordou, assim, com a Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo que será a autarquia a realizar os contactos aos utentes a agendar o dia e hora da vacina.
"Não é só Cascais e não estamos na fase pior. Quando chegar à generalidade da população, vai ser a confusão total", disse o Presidente da Câmara de Cascais Carlos Carreiras, citado pela publicação, levantando a questão da fiabilidade das bases de dados. O autarca reconhece, porém, que o caso do utente morto há 20 anos é “extremo”, mas salienta o “dispêndio desnecessário” na "procura de pessoas a viver em lares e já vacinadas".
O autarca de Vila Real, Rui Santos, assume que em geral a convocatória corre bem, mas destaca a insistência de focar o agendamento no envio de mensagens, já que muitos dos contactos são de números fixos, justificando que na freguesia de Abaças apenas três dos 80 idosos têm telemóvel.
Muitas autarquias estão assim a colaborar para com as autoridades de saúde na identificação dos contactos e apelam a que seja iniciada uma operação de atualização das bases de dados. A autarquia de Gondomar está a colaborar no agendamento da vacinação, e, com as juntas de freguesia, já bateram à porta de 4.294 pessoas sem contacto móvel. Já a Câmara de Cascais vai recorrer ao voluntariado para visitar as pessoas que não conseguem contactar por telefone.
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