“Correu bem e foi rápido, demorei oito minutos para votar. Mas sei que de manhã, as filas davam a volta ao quarteirão”, referiu Mário Garcia, eleitor da freguesia de Arroios, onde estão inscritos 27.860 votantes.
Com as secções divididas por ordem alfabética, foram instaladas 15 mesas de voto no antigo Liceu Camões, que está em obras de requalificação desde o verão de 2019.
Mário Garcia admitiu à agência Lusa ter esperado um cenário pior quando viu no domingo passado as filas para o voto antecipado nas mesas de voto da Cidade Universitária.
Durante a manhã, as filas estiveram mais extensas, com espaçamento entre as pessoas, e antes da hora de almoço, o tempo de espera para votar rondava os cinquenta minutos, entre o Largo D. Estefânia e a Praça José Fontana, passando pela Rua Almirante Barroso, num percurso de cerca de 500 metros.
O presidente de uma das mesas, Carlos Afonso Westwood, admitiu em declarações à Lusa que está, como os seus colegas, “admirado, porque se falava de 75 por cento de abstenção, mas por aqui, não parece”.
“Houve filas desde manhã e ainda não parámos”, indicou, assinalando que da parte da manhã havia bastante mais gente que teve de esperar para votar.
De manhã, vários voluntários circulavam por entre as filas chamando pessoas para mesas de voto que não tinham ninguém, uma vez que estão divididas alfabeticamente pelos nomes dos eleitores.
Uma delas, Rita Sá Marques, identificada como voluntária pelo colete fluorescente da Proteção Civil que vestia, disse à agência Lusa que a maior parte das solicitações que teve ao longo do dia foram para encontrar mesas de voto e para encontrar as saídas.
Em cada sala de aula da escola está uma mesa de voto e três no ginásio, com setas pelo chão a indicar percursos, cartazes a identificar saídas e mesas de voto.
Os eleitores entram pelo portão principal da escola – com outra entrada reservada para aqueles com mobilidade reduzida – e a saída faz-se por outro portão.
Quer nas mesas, quer nas filas, não se encontra ninguém sem máscara. Antes sequer de entrar no edifício, uma voluntária distribui alcool gel para que os eleitores desinfetem as mãos e já no interior, antes das mesas de voto, há outra voluntária a disponibilizar o álcool-gel.
“A maior parte das pessoas que me vieram dar a opinião sobre a organização disseram que isto está tudo mal organizado. Ouvi duas pessoas a dizerem bem”, admitiu Rita Sá Marques, que também é antropóloga, referindo que a principal queixa foi o tempo de espera nas filas.
À saída, depois de votar, Inês Teixeira aguardava por um familiar que ainda não tinha votado e disse à agência Lusa que a experiência de votar em pandemia correu de forma “excelente, superbem organizada e rápida”.
“Toda a gente do meu círculo mais próximo estava muito motivada para vir votar, desde os mais velhos aos recém-votantes”, disse.
Mário Garcia admite que estava entre a “muita gente preocupada” com as condições de segurança sanitária para ir votar.
“Eu tenho 60 anos. Na quinta-feira, recebi um telefonema e soube que um amigo de infância, que tinha 64, morreu com covid. Assim, do nada. A única coisa que tinha era ser hipertenso. As pessoas perderam um bocado a consciência do risco. Mas aqui senti-me seguro”, declarou.
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