“O que vai determinar o sucesso ou o fracasso de Donald Trump junto do seu eleitorado será a sua atuação a nível interno, nomeadamente na economia do país”, disse à Lusa o analista.
Filipe Vasconcelos Romão, que é professor na Universidade Autónoma de Lisboa (UAL), disse que as consequências desta vitória de Donald Trump, anunciada hoje, são “completamente imprevisíveis”.
“Sobretudo se pensarmos no que já disse sobre o que fará na economia, porque Trump indicou que quer romper com o modelo económico instalado, afirmando que vai tomar medidas para proteger a economia norte-americana”, acrescentou.
“Outra medida económica que Donald Trump referiu durante a campanha eleitoral foi a de baixar os impostos (nomeadamente para a classe média), o que pode criar um défice muito grande à economia do país”, avaliou.
No seu discurso de vitória, na sede de campanha, em Nova Iorque, Donald Trump prometeu hoje que os EUA vão "duplicar o crescimento e ter a economia mais forte do mundo".
Declarando ainda que "nenhum sonho é demasiado grande" para os EUA e que "a América não se contentará com nada menos do que o melhor", Trump deixou um recado à comunidade internacional.
“(…) vamos dar-nos com todas as outras nações que queiram ter uma boa relação connosco", afirmou o candidato vencedor das eleições presidenciais norte-americanas ainda no seu discurso de vitória.
Filipe Vasconcelos Romão declarou que as posições de Donald Trump para a política externa “são o que mais assusta”, porém é preciso mais tempo para perceber como este aspeto será desenvolvido pelo Presidente norte-americano eleito.
Apesar de se tratar de “uma vitória que não era esperada”, o professor da UAL disse que se tem de dar crédito à vitória a Donald Trump.
“Donald Trump enfrentou resistência dentro do próprio partido e, mesmo assim, conseguiu a sua nomeação como candidato republicano” e venceu a corrida eleitoral contra a candidata democrata, Hillary Clinton.
Para Romão, esta é mais do que uma vitória antissistema, do que uma vitória do medo, pois Trump conseguiu entrar no eleitorado de Hillary Clinton.
“Temos que esperar para verificar o que aconteceu do ponto de vista da democracia eleitoral”, como o Presidente norte-americano eleito conseguiu angariar votos que eram, pelo menos de forma espectável, para a candidata do Partido Democrata, disse.
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