“Não vamos entrar numa guerra de números, mas certamente haverá consultas e cirurgias programadas adiadas e todo transtorno causado por isto é responsabilidade do Ministério da Saúde da Ana Paula Martins que nada fez para negociar connosco”, disse hoje à Lusa Joana Bordalo e Sá.
À porta do Hospital de São João, no Porto, onde dezenas de médicos começam agora a concentrar-se e se aguarda a chegada de um autocarro com profissionais do distrito de Viana do Castelo, Joana Bordalo e Sá disse que a Fnam “não foi contactada pelo Governo recentemente” e acusou o Governo de ser “intransigente”.
“Se este nosso grito de alerta não for ouvido e se o Ministério da Saúde não tiver essa razoabilidade e bom senso, a Fnam terá de continuar a lutar porque nós não desistimos de defender os 31.000 médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), dos quais 10.000 são internos e sobretudo um SNS com médicos”, disse.
Ainda sem números de adesão à greve, mas com expectativas “muito altas”, Joana Bordalo e Sá repetiu que cabe ao Governo decidir “se quer finalmente negociar de forma séria ou se quer ter um SNS a ruir”.
“Queremos arrancar com uma negociação séria, competente e que sirva a população. Há uma grande revolta na classe médica tendo em conta toda a intransigência do Governo (…). Obviamente que uma greve tem feitos que ninguém quer ver”, completou.
Entre as reivindicações da Fnam consta a reposição do período normal de trabalho semanal de 35 horas e a atualização da grelha salarial, a integração dos médicos internos na categoria de ingresso na carreira médica e a reposição dos 25 dias úteis de férias por ano e de cinco dias suplementares de férias se gozadas fora da época alta.
A Fnam tem hoje concentrações agendadas no Porto, junto ao Hospital São João, em Coimbra, no Hospital Geral dos Covões, e em Lisboa, em frente ao Hospital de Santa Maria.
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